domingo, 7 de julho de 2013

BETINA, A VIRGEM (cap. 2)

Exatamente às 18h05min minutos uma potente caminhonete parou em frente à empresa, onde Betina esperava Raul, ansiosamente. Estava nervosa. As sandálias estavam machucando. Será que apesar da feiura, Raul era um cara legal?

− Ei!
Betina despertou dos seus pensamentos e focou seus olhos na caminhonete. Raul estava lá dentro. Era o motorista. O carrão era dele. Opa, agora a coisa estava se tornando interessante.

Ela equilibrou-se até o carro, abriu a porta e entrou. Acomodou-se confortavelmente, satisfeita por não ir sacolejando dentro de um ônibus lotado. Quem sabe Raul fosse um cara do bem?

Aparentemente era mesmo. O trânsito congestionado fez com que o percurso durasse mais. A conversa fluiu livremente. Raul era feio, porém simpático. Inteligente. Fazia Betina rir. Tinha dinheiro e um carrão. 

Perto da casa dela, o convite:
− Vamos dar uma saída um dia destes?

Apesar de esperar por aquilo, Betina não imaginou que fosse tão rápido. E agora?
− Sair? Onde?
− Onde você quiser.
− Bem, um cineminha?
− Perfeito.

Ele parou com o carro na frente da casa dela. Uma cortina se movimentou na janela. Das outras também. Betina sabia estar sendo observada por todas as velhas fofoqueiras da vizinhança.

− Amanhã? – perguntou ele.

Mas já?
− Claro – concordou ela. − Pode ser. Como fazemos para…
− Eu passo aqui. Às nove. Tudo bem?
− Sim, acho que sim. Sim, combinado.

Eles se despediram trocando um beijo no rosto. Quando Betina entrou em casa com suas sandálias douradas, deparou-se com sua mãe a aguardando, expectante.

− Namorado?
− Não, mãe – esclareceu Betina. – É meu colega.
− Quais as intenções dele?

Trepar.

− Somos amigos. Vamos ao cinema amanhã.

A velha juntou as mãos como se fosse rezar. E agradeceu aos céus:

− Finalmente minha filha arrumou um homem. E de posses.

Não, Betina não podia dizer que o seu interesse era apenas sexual. Que precisava urgentemente de um pau para lhe tirar a maldita virgindade e que Raul nada mais era que o instrumento – literalmente – para isso. Preferiu ficar calada. Sua mãe não entenderia. Aliás, nem Betina conseguia entender. Logo Raul… tão sem atrativos. Mas era o que tinha para o momento.

... continua ...

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