sábado, 21 de setembro de 2013

STRIP- TEASE

Ela havia se mudado há pouco tempo para o condomínio. 30 anos, loira, corpo bem estruturado. Solteira e pouco se lixando para isso. Sabia que podia ter o homem que quisesse quando desejasse isso. Era só estalar os dedos.

A janela do seu quarto era de fundos e dava para outra torre de apartamentos. Privacidade não havia muita. Às vezes, quando queria se divertir um pouco, apagava as luzes e ficava observando tudo o que se passava na casa dos vizinhos. O casal de velhinhos – eles não tinham muita graça −, o casal mais jovem que gostava de transar em cima da pia da cozinha, a solteirona do 3º andar, os gays do 5º. Era legal ficar olhando a rotina dos outros.

Logo percebeu que sua vida também estava sendo observada. Era o vizinho do 7º andar. Nunca o havia visto frente a frente, mas de longe ele parecia ser interessante. Quem sabe não seria a sua próxima transa? Algumas vezes, enquanto se penteava em frente ao espelho podia enxergá-lo sorrateiro atrás da cortina, com um binóculo. Era engraçado. E ela resolveu excitar seu vizinho somente para ver se o homem seria capaz de aparecer na sua porta de pau duro.

Era noite. Ela chegou do trabalho cansada e largou a bolsa em cima da cama. Sem querer se deparou com o vizinho já lhe cuidando. Sorriu. Sim, seria naquela noite que faria um strip-tease básico. Não precisava ser muito elaborado. O melhor ficaria para quando se encontrassem pessoalmente. Se valesse a pena, é claro.

Ela começou tirando os sapatos, sentada no banquinho da penteadeira. Salto alto, dourado. Jogou-os para o lado e ficou em pé. Espreguiçou-se, esticando-se toda. Ficou de costas para a janela e começou a tirar a blusinha, mexendo os quadris em uma dança sensual. O sutiã vermelho destacou-se na sua pele branca e ela imaginou que o homem devia estar ajustando o binóculo.

Ainda rebolando sexy, ela se virou e jogou os cabelos loiros para trás e olhou de soslaio para a janela. Ele estava lá. O cara já havia tirado a camisa. Será que estava com calor? A mulher continuou. Abriu o sutiã e os belos seios saltaram imediatamente para fora. Ela acariciou os seios vagarosamente, apertou-os, soltou. A barriga lisinha trazia um piercing e ela se acariciou até o meio das pernas.

O cinto das calças justas de jeans começou a ser aberto. Ela parou de rebolar. Colocou um pé em cima da cama e foi puxando o cinto até ele sair todo. Atirou-o no chão e novamente se endireitou. Olhou para cima. O homem não disfarçava mais. Com os olhos grudados nela observou-a tirar as calças e revelar coxas generosas e uma calcinha vermelha igual ao sutiã. A calcinha era diminuta, mal tapava seu corpo. 

Ela ficou de costas novamente e mostrou ao seu admirador uma bunda perfeita. Olhando por cima do ombro, diretamente para ele, a mulher abaixou um pouco a calcinha. Deu uma reboladinha e decidiu abaixar a calcinha um pouco mais, revelando então todo seu rabo.

No outro apartamento o homem arfava. Aquela bunda era demais. A marca diminuta do biquíni o deixou de pau duro. Ela se virou para frente e mostrou a bucetinha sem pelos. A calcinha foi atirada longe. Nua. A mulher estava completamente nua.

Sem sentir vergonha alguma, ela sentou no banquinho da penteadeira e abriu as pernas, expondo sua buceta. Lambeu um dedo e introduziu no seu corpo vagarosamente. Ficou algum tempo tirando e botando o dedo, com um sorriso lascivo. Depois, excitada, não se fez de rogada. Encontrou o clitóris e começou a massageá-lo. Primeiro suavemente. Mas à medida que prosseguia, a excitação aumentava. Sua buceta estava molhada, o cuzinho também. Ela pôs-se de pé e ficou de costas para a janela. Aquela altura não havia somente um vizinho. Havia vários na janela. De adolescentes a mulheres, a plateia cresceu. Ela não se importou. Inclinou-se para trás, mostrando sua bunda. Ela abriu as pernas, queria que todos a vissem. Continuou tocando o grelhinho, rebolando, gemendo. Alcançaria o gozo em breve. Adorava estar sendo vista e desejada.

O orgasmo veio logo e suas pernas fraquejaram. Ela caiu no chão, de joelhos, com um grito de satisfação. Ficou ali um tempo, recuperando-se. Depois olhou para eles. Os vizinhos ainda continuavam lá. Levantando-se, ela caminhou até o interruptor de luz. O quarto ficou escuro. O espetáculo acabara.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A VIDA NÃO PRESTA

Foi paixão à primeira vista. Tiaguinho. 19 anos. Jogador de futebol em ascensão. Eu, que jamais me prestara a assistir a um jogo de futebol, de repente me vi ardorosa torcedora do Time. Moreno, simpático, falante. Ele aparecia em todos os lugares. Encantei-me com suas fotos, as jogadas, o corpo. Enlouqueci por aquele garoto e minha vida passou a girar em torno dele. Gastava toda a grana do estágio em revistas de futebol e produtos do Time. Assistia a todos os jogos do Tiaguinho na TV, sofrendo a cada falta, a cada dividida. Sonhava com ele de noite e de dia, de olhos abertos e fechados. A parede do meu quarto estava lotada de fotos do meu amor. E na minha inocência eu acreditava que casaria com ele um dia.
Foi então que a Cris, minha melhor amiga, veio com uma proposta irrecusável. Atravessar a cidade e ir até o clube assistir o Time treinar. E, quem sabe, até conseguir um autógrafo do Tiaguinho. Pirei. No outro dia, escondida da minha mãe, matei aula e junto com Cris rodamos duas horas de ônibus, ansiosas, tensas, dando risadinhas. Vesti uma minissaia e botas, achei que estava arrasando. Ah, eu sabia que quando ele pusesse os olhos em mim ficaria fissurado.
Passei todo o treino grudada no alambrado, berrando o nome dele a cada toque de bola. Não apenas eu, mas uma legião de garotas igualmente apaixonadas pelo Tiaguinho. A cada lance, mais gritaria. E assim foi até o final. O treino acabou e eu e a Cris ainda ficamos por lá. Jamais arredaria pé enquanto não falasse com ele. Aos poucos o lugar foi esvaziando e restamos somente nós duas naquele fim de mundo. Os carros dos jogadores começaram a sair. Eu estava ansiosa. Tiaguinho passaria por ali a qualquer momento.

Tudo aconteceu muito rápido. De repente um flamante carro negro e rebaixado atravessou os portões. Era ele! Eu e Cris nos precipitamos na sua direção, chamando-o histéricas. Tiaguinho parou o carro. Atendeu-nos gentilmente. Para mim rabiscou displicentemente seu nome no caderno que lhe estendi. Para Cris ele esticou o olhar, sorriu, tirou foto e ainda lhe passou o número do celular em um pedacinho de papel. Partiu dando uma piscadinha para ela. Ao meu lado minha amiga exultava, enquanto eu segurava minhas lágrimas de máxima rejeição. Tiaguinho mal me olhara. Minha vida perdeu a cor. Joguei meu caderno no lixo e voltamos para casa. Enquanto Cris ria sozinha dentro do ônibus, eu amaldiçoava o mundo. A vida não presta.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PEDRAS

SABE AQUELAS PEDRAS QUE TROPEÇAMOS DURANTE NOSSA CAMINHADA?
ISSO ACONTECE PORQUE PASSAMOS MUITO TEMPO OLHANDO PARA TRÁS.