quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O ACAMPAMENTO (FINAL)

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Sílvia chorava abraçada a um travesseiro. Fabi, preocupada, tentava consolá-la:
− Não perca seu tempo chorando por aquele boçal, Sílvia.
− Artur disse que eu fiz um boquete nele! Mas eu estava dormindo! Dor-min-do!
− Ele estava bêbado. 90% do pessoal bebeu e foi dormir. Ele sonhou.
− Eu quero ir embora.

Fabi se desesperou. Se Sílvia partisse ela não poderia invadir o acampamento novamente e atacar Artur. Precisava da amiga por lá para poder se passar por ela.

− Não dá. Lembra que sua mãe assinou uma declaração que você só pode voltar com a escola?
− E o que eu faço?
− Nada. Deixe-o falar.
− Não vou à festa nenhuma mais. Hoje a noite vou ficar aqui – Sílvia declarou indignada.
− Tudo bem. Eu fico com você – retrucou a outra, mais aliviada.
− Ai, linda – e Sílvia segurou as mãos de Fabi. – Onde vou encontrar uma amiga como você?

Fabi sorriu, sem jeito. Se ela soubesse…

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A noite chegou e com ela os preparativos para outra festa de arromba. Sílvia, como uma boa menina, sacou da sua mochila as agulhas de tricô e várias linhas. Quando Fabi perguntou o que era aquilo, ela respondeu docemente:

− Um blusão para o mô.
− Ah…

Ao redor das duas, as outras garotas soltavam gritinhos enquanto se arrumavam. Muitas bocas vermelhas, minissaias apesar do frio da serra, todas parecendo muito empenhadas em fazer daquela última festa a melhor de todas. A partida seria no domingo, após o meio dia. Sílvia estava louca para ir embora. Fabi nem tanto. Não sem antes fazer outro boquete demorado  no Artur.

As colegas saíram em bando para a festa por volta das dez horas da noite. Sílvia, bocejando e largando o tricô de lado, anunciou:

− Quer saber de uma coisa? Vou dormir.
− Mas já?
− Estou morrendo de sono. Você não?
− Muito.

Por dentro Fabi incendiava. Ela sentia tudo, menos sono. Estava disposta a ficar acordada a madrugada inteira somente esperando o grande momento chegar. Queria fazer Artur feliz novamente. Será que ele acreditara em Sílvia ou desconfiava que fora outra mulher quem lhe fizera o boquete? Isto não importava. Outra chance como aquela não apareceria nunca mais e Fabi não estava nem um pouco a fim de desperdiçar aquela grande oportunidade.

Sílvia pegou no sono logo. Fabi ficou acordada. De olhos fechados, fingiu que dormia quando as colegas chegaram por volta das 3 horas da manhã. Em menos de 20 minutos todas dormiam. A maioria tinha bebido demais. Quando o relógio bateu 04h15min da madrugada, Fabi repetiu o roteiro da noite passada. Vestiu o casaco, escondeu a peruca e saiu de fininho do alojamento. Lá fora a noite estava muito fria. Por dentro, Fabi queimava.

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Ela empurrou a porta do alojamento masculino e se encaminhou até a cama de Artur. O garoto dormia pesadamente. Sem perder tempo, Fabi se aproximou e começou a repetir toda a operação da madrugada anterior. Com mais desembaraço, conseguiu puxar as calças de Artur. Logo o pau saltou e ela logo sentiu as calcinhas úmidas. Colou a boca no cacete dele e deu duas sugadas fortes.

Mas algo estava diferente.  Na noite passada o pau dele estava com outro sabor. Humm... mas até que estava bom.

De repente a luz acendeu. Fabi recuou e caiu sentada no piso frio. O alojamento todo estava iluminado. O professor de geografia a encarava surpreso. Ele puxou as calças para cima e arrancou a peruca dela.

− Fabíola! O que você está fazendo?
− Preciso explicar? – murmurou ela, vermelha de vergonha.
Artur surgiu de repente ao lado dela. Estava mais espantado que o professor.
− Então foi você quem me chupou ontem?

Fabi continuou sentada no chão, esperando que um buraco se abrisse e ela desaparecesse para sempre. Todos os meninos a encaravam divertidos. Sua mãe iria lhe matar…

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A notícia correu logo. Fabíola estava na boca do povo já na hora do café. A história da peruca loira e o boquete em Artur e no professor de geografia renderia histórias para todo o ano letivo e além. Sílvia, quando soube do ocorrido, entendeu tudo. A peruca era exatamente igual ao seu cabelo, por isso Artur a abordara. Indignada, Sílvia rompeu relações com Fabi, jurando que nunca mais olharia para sua cara. Já as outras colegas a olhavam em um misto de inveja e admiração. Admiração? Sim, pois Artur já espalhara para todo mundo que o boquete de Fabi havia sido perfeito. Ela já aguardava uma punição severa e não sabia o que diria para seus pais quando chegasse em casa.

A viagem de volta foi um martírio. Fabi colocou um capuz na cabeça e os fones de ouvido para não ouvir as brincadeirinhas dos colegas. Mas o pior de tudo era sua amizade com Sílvia haver terminado. Não importava ser expulsa da escola, sofrer buliyng ou o castigo dos pais. Sua grande amiga e mentora agora a odiava. E com razão.

O escândalo realmente foi grande. Tão grande que Fabíola trocou de escola e perdeu a grana da mesada por tempo indeterminado. De repente tudo havia mudado. Novos colegas, ausência da Sílvia (a pior coisa) e saudade do pau do Artur. Os meninos da sua sala não lhe causaram nenhuma emoção – ou calor – em especial. Em suma, eram todos uns bostas. Fabi, com toda sua experiência em boquetes, começou a pensar na hipótese de atacar algum professor.

O de Química parecia ser bem dotado...

Mas algo aconteceu. Na sua segunda semana de escola nova o celular de Fabi tocou. No visor um número estranho. Puxa... talvez fosse Sílvia. Cheia de esperanças, ela atendeu afobada:

− Alô?
− Fabi? Sou eu. O Artur.

As pernas dela tremeram. Artur? Mas como ele descobrira seu telefone?

− Oi… oi, como vai você?
− Tudo legal. E aí? Topa dar uma voltinha?



sábado, 5 de outubro de 2013

O ACAMPAMENTO (PARTE 2)

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Fabi não perdeu tempo. Afastou a coberta e foi lentamente abaixando as calças dele. Artur ligeiramente se mexeu, mas não acordou. As cuecas desceram junto e logo saltou seu pau, grosso e pronto para receber a boca ávida da Fabi.

Ela não tinha tempo a perder. Lembrando-se de tudo o que aprendera, Fabi encaixou sua boca no cacete do Artur, lambendo de alto a baixo. Queria sentir o gosto, se era tudo mesmo o que Sílvia havia anunciado.
Era. Que delícia. Nossa, chupar um pau era muito bom. Ela não tinha muito tempo. No máximo uns cinco minutos. Não podia correr o risco de alguém ou o próprio Artur acordar da bebedeira e descobrir que não era Sílvia e sim, ela.

Fabi sugou apaixonadamente o pau de Artur, perdendo um pouco a noção do tempo. Afagou as bolas e as lambeu e beijou como se fosse a última vez que fosse fazer aquilo. Talvez fosse mesmo. Depois de alguns minutos, ele gemeu e Fabi subitamente tirou a boca. Artur a olhava, meio zonzo.

− Silvia? – murmurou ele, sem poder acreditar.

A garota balançou a cabeça fazendo que sim e Artur se acomodou melhor para receber aquela boca macia. Ele mal podia acreditar. Sílvia finalmente havia se rendido. Era louca! Fazer um boquete no meio do alojamento era simplesmente incrível.

Artur segurou a cabeça dela e a forçou para baixo. Ela continuou em um boquete fantástico. Chupou, lambeu, beijou a cabecinha do seu cacete inúmeras vezes. Adorou quando ela massageou aquele lugarzinho mágico entre seu cu e o pau. E quando a Sílvia fez o fio terra, Artur não aguentou. Gozou na boca da garota, segurando alguns gemidos. Quando se recuperou, agora acordado, ela já havia desaparecido.
Mas aquilo não havia sido um sonho.

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Silvia se acordou com um barulho de água e com a cama vazia ao seu lado. Fabi? Era ela quem estava no banheiro? Encontrou a amiga lavando a boca, totalmente vestida. Não havia sequer tirado aquele casaco horroroso que ela teimava usar.

− Fabi? Você está bem? Está vomitando?
− Não – respondeu Fabi, tentando tirar a porra do Artur da sua boca. – Só estou com sede.
− Achei que você estivesse passando mal.
− Estou ótima – garantiu. E como estava. Sentia-se a super mulher. Artur havia delirado com seu boquete. Pena que por enquanto o garoto não poderia saber que havia sido ela. Quem sabe em um futuro próximo...
− Bem, vamos voltar para a cama. Daqui a pouco vai amanhecer.

Fabi aconchegou-se mais ainda no casaco, temendo que a amiga reparasse na peruca loira. Mas nada aconteceu. Sílvia caiu dura na cama e Fabi teve sonhos maravilhosos, onde era a garota mais sexy da escola e todos os garotos a desejavam.

Durante o café da manhã, Fabi reparou que Artur não parava de olhar para Sílvia, que não percebeu a intensidade dos olhares do colega. A conversa entre os dois só foi rolar mais tarde, durante o passeio de compras no centro da cidadezinha. Fabi se distraiu e foi o bastante para Artur se aproximar de Sílvia dentro da loja. De longe ela observou, curiosa, o papo que se desenrolava. Mas não se preocupou em ler lábios. Sílvia lhe contaria tudo mais tarde. E, pelo visto, sua amiga não estava gostando nada, nada daquela conversinha.

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Sílvia estava experimentando uma pulseira quando sentiu alguém perto lhe rondando. Antes que se voltasse para ver quem era, escutou uma voz muito perto do seu ouvido:
− Oi…

Ela deu um pulo para o lado. Artur a encarava com um jeito meio estranho, quase íntimo.

− Oi.
Ela deu-lhe as costas novamente. O garoto insistiu.

− Achei incrível seu desempenho.
− Ah… − fez ela, acreditando que Artur se referia a sua performance na pista de dança. – Eu adoro dançar.
− Opa! Não estou falando sobre isto.

Sílvia resolveu o encarar de vez. Desconfiada, perguntou:

− Está falando sobre o quê, então?
− Sobre o boquete… − sussurrou Artur.

A cara de asco que Sílvia fez surpreendeu-o totalmente. Ela praticamente vomitou em cima dele enquanto dizia:

− Boquete?

Toda  a loja escutou. Artur se constrangeu. Algo estava errado. Aquela garota era louca.

− Sim, eu…
− Eu só faço boquete no meu namorado! E só!
− Mas e ontem à noite?
− Ontem à noite eu dancei e fui dormir.

Ela estava à beira de um surto. Sentia-se ultrajada.

− Dormir? E o meu boquete? Quem fez?
− Não sei!

Descontrolada, Sílvia atirou a pulseira sobre o rapaz e saiu correndo da loja. Pegou Fabi pelo braço e a arrastou até o acampamento aos prantos. 

... continua...

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O ACAMPAMENTO - PARTE 1

1

Silvia era a garota mais desejada da escola. E a mais invejada pelas meninas. Vivia rodeada pelas outras que copiavam seu cabelo, roupas e ate o jeito de falar. E sua melhor amiga, a única que Sílvia confiava de verdade, era a Fabi.

Fabi. A patinho feio da escola. Mesmo que um dia ousasse imitar Sílvia, jamais conseguiria. Cabelo escorrido, castanho sem brilho e magra demais. Bem ao contrário da exuberância loura da amiga, cujos peitos e coxas pareciam querer saltar das roupas.

Mesmo assim, com todas as diferenças, as duas se davam muito bem. Era para Fabi que Sílvia contava suas aventuras com o namorado, as brigas, as dores e as alegrias. Fabi a adorava de verdade, mesmo que no fundo se ressentisse com a invisibilidade que lhe cabia quando estava ao lado da amiga. Não reclamava. Sílvia era muito legal. E ultimamente começara a lhe dar dicas. De como se vestir, caminhar, olhar para os meninos…

De como fazer sexo.

Aos 17 anos podia se dizer que Sílvia já possuía uma boa experiência sexual. Ela namorava um cara mais velho, que fazia faculdade e, portanto, devia saber muita coisa. Sílvia era uma boa aluna. Aprendeu tudinho e decidiu que sua feiosa amiga Fabi também tinha direito de saber das coisas. Pelo menos na teoria.

E Fabi era uma boa ouvinte. Quando as duas se viam sozinhas, longe das colegas, irmãos e pais, Sílvia assumia seu ar professoral. Fabi escutava a tudo com todos os neurônios ligados. Não tinha a menor ideia de quando começaria a pôr em prática os brilhantes ensinamentos da amiga, mas havia uma luz no horizonte. Um evento muito importante se aproximava.

O acampamento.

As férias de inverno estavam prestes a começar e o acampamento era a grande atração dos alunos do terceiro ano. Festas, paqueras, sexo. Fabi queria muito ir. Estava afim do Artur, o gato mais popular da escola e que nunca tirava o olho da Sílvia. Com os conhecimentos que obtivera da sua amiga, Fabi tinha certeza de que poderia passar uma noite inteira com ele e satisfazê-lo por completo. No entanto, Artur primeiro precisava saber que Fabi existia.

2

Seriam três dias de muita loucura. Pelo menos foi isso que os alunos do 3º ano prometeram. Com muitas recomendações que entraram por um ouvido e saíram pelo outro, todos subiram à serra em um ônibus da escola prontos para tornar aquele final de semana inesquecível. Para Fabi as coisas não começaram muito bem. Artur foi mais rápido. Antes que ela tomasse lugar ao lado da amiga, o garoto chegou primeiro e foi xavecando inutilmente Sílvia até chegarem ao acampamento, em uma viagem que durou duas horas. Sílvia pouco o olhou. Ficou o tempo todo no celular fingindo que olhava as mensagens, respondendo aos monossílabos ou observando a paisagem. Fabi foi obrigada a sentar ao lado da Debora, uma garota chata e que pensava ser Sílvia. O papo foi tão enfadonho que Fabi dormiu na metade da viagem e só foi acordar com o friozinho cortante da serra, agarrada na mochila. Sim, pois dentro da mochila havia algo que ninguém podia saber que ela havia trazido.

A peruca loira.

Se sua melhor e fiel amiga soubesse, certamente a amizade seria cortada naquele momento. Mas Fabi esperava que ela jamais descobrisse ou, se isso acontecesse, que a perdoasse. Seu plano era o seguinte: depois das festas, com todo mundo bêbado ou quase, invadiria o alojamento masculino e atacaria o Artur. Disfarçada com a peruca loira. Longe de estar sóbrio, o garoto seguramente pensaria ser Sílvia. E se entregaria a uma noite de sexo com Fabi. Era a única maneira, por enquanto, de conseguir uma boa transa com alguém que prestasse. E depois… bem depois era outro assunto.

3

Meninas de um lado, meninos de outro. Era assim que funcionava. Os professores escalados para acompanhar e fiscalizar aquela trupe de loucos prometeu que ninguém iria invadir o acampamento de ninguém. Mentira. Sempre um ou outro dava uma escapadinha. Fabi estava ansiosa por participar da festa logo mais. Sílvia nem tanto. Sofria de saudades do namorado e ameaçou não ir. Fabi implorou. Sentia-se segura somente ao lado dela. As outras garotas também pediram. E lá se foram todas.

Enquanto os outros bebiam álcool e os professores faziam vista grossa, Fabi ficou só no guaraná. Mas Sílvia resolveu se soltar. Deu um show na pista de dança para tesão do Artur e dos outros garotos. As colegas se esforçaram para acompanhá-la na performance, mas não teve jeito. Sílvia arrasou, esnobou os garotos e antes das duas horas da manhã decidiu que iria voltar para o acampamento e dormir. Fabi que até então tentara inutilmente chamar atenção de Artur ou de qualquer outro garoto, decidiu abandonar a festa também. Seus planos continuavam em pé.

Sílvia pegou no sono logo que encostou a cabeça no travesseiro, esgotada. Fabi manteve os olhos abertos. A festa durou até às três horas da manhã, quando os professores resolveram mandar todo mundo ir dormir, já quem nem eles próprios se aguentavam em pé. Fabi escutou quando as colegas voltaram para o alojamento, algumas falando mais alto por estarem bêbadas. Logo o silêncio reinou. Ela consultou as horas. 4:30 da manhã.

Sorrateiramente, Fabi abriu a mochila e colocou a peruca por dentro do casaco. Pé ante pé saiu do alojamento, mal respirando, e ganhou a noite. Lá fora estava frio, muito frio, porém Fabi estava pouco se lixando. Colocou a peruca quando já estava próximo do alojamento masculino. A porta estava entreaberta. Fabi respirou fundo e entrou. Todos dormiam. Sabia onde estava Artur. Era perto da porta. Ouvira ele se gabando disso para seu amigo, pois assim ficava mais perto de poder dar uma escapadinha.

Fabi logo o encontrou. Ele dormia, lindo e bêbado. Não havia nem tirado a roupa. Era todo dela.

Todinho.