Eu descobri que a Carol tinha morrido somente uma semana depois. E foi por acaso. Sem acreditar, fui catar no Facebook do Artur se era verdade.
E era. Artur, meu ex-noivo, amor da minha
vida, estava viúvo.
Meu primeiro sentimento foi ficar em
choque. Nossa, a Carol... aquela mulher linda e de sucesso, que com seu jeito
meigo e doce tirara o Artur de mim, foi atravessar a rua de bike e não enxergou
que vinha um carro pra cima dela.
Ah, que pena.
Sua trouxa.
Artur, claro, fez uma postagem repleta de
declarações de amor, tipo que a vaca sempre seria seu amor eterno e blá, blá,
blá. Depois que o choque passou e eu me recompus, queimei a bonequinho de vodu.
Ninguém podia ver aquilo. Ela tinha fios de lã amarelo iguais aos cabelos da Carol.
Pintei uns olhinhos verdes e fiz uma boquinha em forma de coração para ficar
mais semelhante à puta. Escolhi uma roupinha parecida com as que ela vestia.
Depois de pronta pisoteei a bonequinha. Sapateei em cima com toda minha raiva.
Cravei uma tesoura bem no meio da barriga dela. Atirei em um canto e até me
esqueci disso.
Agora está todo mundo pasmo com a morte da
Carol. Fiquei também, é claro. Fui eu que causei. Misturei o meu vodu com o
lixaredo daqui de casa e tudo virou cinzas. Feito ela. Meu próximo passo é
fazer um bonequinho do Artur. E ele vai se apaixonar por mim outra vez.