quinta-feira, 9 de agosto de 2018

O NOME DELA É VAL (erótico)









Meu negócio sempre foram os homens e poucas vezes na minha vida fiquei sem namorado. Mas quando vi a Val me apaixonei na hora. Não me pergunte o que aconteceu comigo. Tudo começou numa festa. Eu estava com meu grupo de amigos em um bar quando de repente ela apareceu. Levei um choque assim que a vi. Me fascinei por aqueles cabelos vermelhos e os olhos verdes que volta e meia pousavam sobre os meus. Tínhamos amigos em comum e Val já estava um pouco alta. Mas não me importei. Ela era linda, divertida, louca. A risada era uma delícia e eu não conseguia desviar o olhar da Val. Me apaixonei tão rápido que não tive muito tempo para me questionar sobre aquilo. Enquanto Val ria, contava piadas e jogava charme para quem quisesse, eu me mantive quieta, absorvida pelo seu encanto. Estávamos em lados opostos e tudo que eu queria era me aproximar e tocar naquele cabelo brilhante, no rosto, no corpo. Eu tinha concorrência, contudo. Alguns rapazes que estavam conosco também a cobiçavam, bastava ver pelos olhares que lançavam a ela. Achei que jamais teria chance com Val até que ela se levantou para ir ao banheiro. Eu fui atrás.

Encontrei-a frente à pia borrifando água no rosto com a pontinha dos dedos. Estávamos sozinhas, pelo menos naquele momento. Val pressentiu minha presença e virou a cabeça para o meu lado, devagarzinho. Com uma mecha do cabelo vermelho caindo sobre um dos olhos, ela perguntou com a voz um pouco arrastada por causa da bebida:

— O que você quer?
— Um beijo seu – respondi um pouco ofegante.

Val soltou aquela risada que me fascinava.

— Deixa de ser doida, mulher.

Avancei com passos decididos na direção dela sem pensar em nada para não perder a coragem. Mais alta que Val, eu a empurrei de encontro à parede e fiquei frente a ela bloqueando a passagem. Eu não iria deixar que ela fugisse de mim. Seria aquela noite ou nunca mais.

Não sei se por estar ligeiramente bêbada ou por estar afim mesmo, Val não ofereceu a menor resistência. Colei minha boca na dela; até então eu nunca tinha beijado nenhuma garota na vida. Val correspondeu e senti as mãos dela percorrendo minhas costas. Me excitei mais e apertei com força um dos seios dela ao mesmo tempo que a puxava para mais junto de mim. Quando Val gemeu de prazer dentro da minha boca em meio a um beijo pegado, fiquei mais louca do que já estava.

As mãos de Val se grudaram na minha bunda e me apertaram. Eu estava de saia e a guiei direto para minha calcinha. Os dedos dela me exploraram e minhas pernas amoleceram. Da boca da Val eu desci meus lábios pelo pescoço até os seios onde a chupei com tanta força que ela gemeu mais forte ainda. Os dedos de Val continuavam na minha buceta, no meu grelo, massageando, apertando, sabendo exatamente onde tinha que tocar. Neste meio tempo a porta do banheiro se abria e fechava. Acho que as mulheres davam meia volta quando viam nós duas nos pegando feito duas loucas, grudadas na parede.

Então a Val se agachou na minha frente, levantou minha saia e quase arrancou a calcinha que eu vestia. Senti a língua dela dentro da minha xoxota, indo e vindo, me chupando e gemendo tanto quanto eu. Forcei a cabeça da Val para mais dentro de mim ainda. Minhas pernas já nem tinham muita sustentação e quando ela enterrou dois dedos dentro do meu cuzinho soltei um grito alto, vi estrelas e desabei no chão, nos pés dela. Ali fiquei inerte, acabada e apaixonada. Enquanto me recuperava, Val foi até a pia, lavou a boca, as mãos, se recompôs e saiu do banheiro. Fiquei no chão frio por mais alguns minutos, de joelhos, respirando fundo, com a calcinha fora do lugar e a minissaia na cintura. O banheiro começou a ser utilizado novamente, um entra e sai de mulheres enquanto eu estava ali, tentando sair do meu torpor, um tanto envergonhada por estar naquela posição. Outra coisa me incomodava também. Eu havia sido abandonada.

Finalmente consegui me levantar. Ajeitei minha roupa e o cabelo, ignorando alguns olhares curiosos. Eu não devia estar chateada. Afinal, conhecera Val há menos de uma hora. Mas... nossa, ela havia balançado comigo. Transar com ela fora maravilhoso, mas ser largada no fundo de um banheiro de bar não era nada romântico. Me achei uma besta ter me apaixonado daquele jeito. E toda vez que eu fechava os olhos enxergava o corpo da Val e tremia de excitação.

Antes de voltar até onde estavam meus amigos precisei retocar minha aparência. Penteei meus cabelos com os dedos e uma boa alma me emprestou um batom. Saí do banho como se nada tivesse acontecido, procurando Val desesperadamente. Demorei um pouco para me juntar à turma. Com os olhos catei Val por todo o bar. Subi ao andar de cima, mas nem sinal. Por fim, deduzi que ela havia ido embora e voltei para a mesa, desconsolada. Talvez meus amigos desconfiassem o que havia acontecido, mas todos foram discretos o suficiente para não falarem nada naquele sentido. Como desculpa para minha fossa, acabei exagerando na bebida, coisa rara de acontecer. Saí do bar uma hora depois de braço dado com um dos meus amigos e a única coisa que eu queria era ir para minha casa, tomar um banho e dormir. E então, quando eu me sentisse normal outra vez e pudesse reassentar meus pensamentos, talvez pudesse refletir sobre aqueles acontecimentos que me tiraram completamente a razão.

domingo, 5 de agosto de 2018

EVELINE



Olá, Leitorinhos!

Abaixo segue o primeiro capítulo de uma novela que estou escrevendo. Do que eu posso adiantar a sinopse, é sobre uma jovem de 20 anos cujo maior sonho é namorar e casar com um rapaz do seu bairro. Como todos seus planos em conquistá-lo dão errado, Eveline apela para um conhecido programa de televisão, o campeão de audiência Namora Comigo.


        

1
        – Bom dia, mundo!
         Eveline escancarou as venezianas da janela do quarto. Eram sete horas da manhã e as ruas do bairro recém começavam a ter algum movimento de pessoas indo para o trabalho. Lá da cozinha vinham os ruídos da mãe começando seus afazeres. O domingo havia sido longo com uma encomenda grande de bolo para uma festa de 15 anos. Eveline ajudara a mãe e com isto perdera um belo dia de sol. Mas não se importou muito. A mãe precisava daquele dinheirinho para pagar algumas contas pendentes.
         Ela desceu as escadas já pronta e maquiada. Cândida, com um lenço na cabeça, analisava os pedidos de encomendas para aquele dia.
     – Bom dia, mãe – Eveline deu um beijo na bochecha de Cândida e pegou um pedaço e pão. – Muita coisa para hoje?
         – Sim, mas eu vou dar conta – Cândida respondeu sem tirar os olhos do papel onde anotara tudo. – Seria muito melhor se você largasse o emprego na loja para me ajudar. Já pensou o quanto podíamos faturar? Nós duas juntas?
      – Ah, mãe... Não venha com este papo de novo – Eveline abriu a geladeira. – Não tem suco de laranja?
         – A Oscarina tomou tudo ontem.
Eveline se limitou a sacudir os ombros e terminou por pegar um copo de água. – A tia já saiu?
         – Claro – Cândida deu uma risada debochada. – Ela faz tudo por aquele emprego. Até darem um belo chute na sua bunda. Aí eu quero ver – Cândida olhou para a filha. – Você é como ela. Dá a vida pela loja até lhe mandarem embora com uma mão na frente e outra atrás.
         Eveline se encostou na bancada da pia ainda mastigando o pedaço de pão.
         – Mãe, hoje é recém segunda–feira. Não comece, por favor. Quero uma semana tranquila para nós. Além do mais, o Douglas não teria coragem de fazer isto comigo. Sou a melhor vendedora da loja.
         A jovem fez uma pirueta em frente à mãe.
         – Como estou?
         Cândida, concentrada nas suas tarefas, mal olhou para ela.
         – Hein?
         – Mãe! – Eveline pôs as mãos na cintura. – Estou bem? A minissaia é nova. Percebeu?
         Cândida observou a filha dar uma volta em torno de si mesma.
         – Por mim você está como sempre. Ah, legal a minissaia.
         – Puxa... mas eu não engordei nenhum pouquinho?
         – Não. Embora coma igual a um cavalo você está do mesmo jeito. E se dê por feliz, Eveline, com tanta mulher querendo emagrecer por aí. Posso trabalhar agora?
         Eveline fez um muxoxo. Fazia quase um ano que poupava dinheiro para implantar silicone no peito e na bunda. Mas ainda não conseguira juntar nem a metade para realizar o procedimento. Isto explicava o fato de ser a melhor vendedora da loja onde trabalhava. Precisava, desesperadamente, de um corpo novo.
         – Queria muito ter o bundão da Soraia – divagou ela.
         – Como é?
  – A Soraia. Namorada do Alexsander – Eveline não conseguiu disfarçar o despeito ao mencionar o nome da rival. – Eu podia ter aquele corpo.
         – Olha aqui, Eveline – Cândida perdeu a paciência de vez. – Se você cursasse uma faculdade não pensaria em tanta inutilidade. Me deixa trabalhar. Olha o mundo de coisa que eu tenho para fazer hoje.
         Eveline revirou os olhos. Uma hora depois a jovem pegou a bolsa, borrifou uma dose generosa de perfume no corpo e renovou o batom vermelho. Sabia estar longe de ser a mais mulher mais desejada, mas quando abriu a porta de casa para ir ao trabalho estava pronta para ganhar o mundo.