terça-feira, 21 de junho de 2016

SINOPSE DE A GALERIA SECRETA

Leitorinhos, esta é uma das sinopses de A Galeria Secreta, um romance que transita entre o presente e o passado. O título é provisório. Quem puder, comente. Obrigada!



Sinopse de A Galeria Secreta por Camila:
Nada mais me interessava na vida quando fui passar uns tempos com minha avó na fazenda. Aliás, meus últimos tempos. Doente que estava, refugiei-me naquele lugar distante para esquecer que a doença me consumia e me levava aos pouquinhos…
Mas quem era aquele homem que me espreitou do jardim da fazenda, naquela noite linda de luar? Por que os seus olhos repentinamente me levaram ao passado e me cativaram tanto? Fiquei encantada, senti-melevitar por alguns instantes. Porém, em um piscar de olhos, ele desapareceu, fazendo me crer que tudo não passou de um sonho. Confesso, fiquei fascinada.
Na casa grande havia uma antiga galeria onde ficavam os retratos dos nossos antepassados. Por algum motivo obscuro, minha avó não permitia que quase ninguém entrasse lá, somente a empregada para limpar. Para chegar até a galeria era preciso atravessar um longo corredor escuro, com velhos castiçais na parede. A porta, sempre trancada.
Por coincidência ou não, o passado da minha família escondia segredos que poucos conheciam. Mistérios que minha avó Stella não estava disposta a revelar nem sob tortura. E minha ansiedade aumentava... Eu precisava rever aquele homem que tanto me encantara e queria demais entrar na galeria. Apenas uma porta me separava do passado e eu ainda não tinha idéia de como transpô-la.
Até que certa chave veio parar em minhas mãos.
Meu nome é Camila e eu tenho uma linda história de amor para contar...

sábado, 11 de junho de 2016

CURTINDO A VIDA SEM NOÇÃO (parte 2 de 2)




Carol se sentia elétrica, pelo efeito da cocaína e pela presença de Tiago tão perto. De repente ela estava mais corajosa, ousada. Viva. Sem pensar, colocou a mão na perna musculosa de Tiago. Ele sorriu. Andou com o carro mais alguns metros e pegou uma estrada vicinal não muito frequentada. Naquele momento o celular de Carol começou a berrar.

— É o trouxa do seu namorado?

Carol riu alto. Tiago era mesmo o máximo.

— Ele mesmo! ─ Carol consultou o visor, rindo debochada. — Vou desligar esta merda.

Tiago parou o carro. Estava escuro, mas Carol não sentiu medo. Pelo contrário, se sentia excitada. O rapaz avançou por cima dela, cobrindo-a totalmente com seu corpo. A moça levou um susto, mas a sensação passou logo. Puxa, Tiago era mesmo impetuoso. A calça jeans foi abaixada rapidamente e a calcinha arrancada sem dó. Carol gemeu. Nunca Victor a tratara daquele jeito tão selvagem. No fundo sempre desejara isto do namorado, contudo ele era bobão demais para ser tão atrevido. Tiago não era assim. Ele queria tudo e mais um pouco e Carol cedeu. Quando acabou percebeu que não sabia nada de sexo até aquele momento. Enquanto Tiago cheirava mais uma carreira atirado sobre o encosto do banco do carro, ela perguntou ansiosa:

— Você curtiu?
— Hein?
— O que você achou de mim?

Ele estava mais preocupado em cheirar do que olhar para a cara de Carol.

— Foi bom.

Só bom?

— Eu adorei.

Tiago ficou em silêncio. Ajeitou as calças, a camisa e os cabelos. Quando deu a partida na caminhonete, Carol perguntou curiosa:

— Para onde vamos? Você não vai me levar para casa agora, né?
— Claro que não. Vamos dar uma volta na praça. Não quer ver seus amigos e o corno do seu namorado por lá?

Era tudo o que Carol queria, alucinada como estava.

— Vamos lá!

Tiago não tinha medo de altas velocidades. Carol sim. Porém, naquela noite as coisas aconteciam de maneira vertiginosa. Tiago, cocaína, sexo selvagem. Aquela não era sua vida. Não importava. Carol se agarrou na oportunidade que lhe surgira para viver tudo o que tinha direito de uma vez só. Tiago não a procuraria novamente se Carol não fosse uma pessoa legal e divertida. Era exatamente assim que ela se sentia, muito descolada.

A caminhonete seguiu pelas ruas da pequena cidade a mais de 100 quilômetros por hora. Carol gritava, agitada, os cabelos voando. Tiago parecia estar gostando daquela loucura toda. Bem, ele era louco mesmo. Cheirado, pior ainda. A praça surgiu iluminada e animada aos olhos dos dois. Carol se perguntou o que Victor estaria achando do seu sumiço. Ah, ele ficaria muito bravo quando a visse com Tiago. E idiota como era, engoliria a seco a ousadia da namorada. Ou ex.

— Estou vendo eles ─ apontou ela aos berros. — Passe por lá, quero rir da cara daqueles babacas!

Sem pensar duas vezes, Tiago acelerou mais. De repente a praça silenciou. Os jovens que lá estavam ficaram mudos quando perceberam a aproximação da caminhonete em alta velocidade e as luzes do farol piscando loucamente. Carol pôs metade do corpo para fora da janela quando chegou perto dos amigos. Ao vê-los, bateu com as mãos na lataria do veículo, fazendo um estardalhaço dos grandes.

— Fala aí, seus panacas! Ei, Victor! Olha eu aqui!

Da turma ninguém foi capaz de falar nada. Victor esbugalhou os olhos. Era nítido que a namorada estava alterada. Como ela fora parar no carro daquele delinquente drogado? Ele chegou a pensar em pegar a moto e ir atrás. Desistiu da ideia quando se deu conta do ridículo que seria. Ora, que Carol se estrepasse.

Carol voltou para dentro do carro e perguntou quase salivando:

— Você viu a cara deles, Tiago?
— Você arrasou, garota! Vamos voltar!
— Uhu!

Aquela noite jamais seria esquecida por ela. A caminhonete novamente começou a dar a volta na praça. Carol pôs o corpo para fora, louca para afrontar sua ex-turma de amigos. Claro, porque depois daquilo tudo ela faria parte da gang dos amigos de Tiago. Que máximo!

— Ei! ─ berrou ela. — Vocês não são de nada, seus merdas!


Carol não percebeu que Tiago dirigia muito rente ao meio fio. Nenhum dos dois reparou que havia um poste na calçada e quando a garota se deu conta era tarde demais. Não deu nem tempo de gritar ou de Tiago frear. O rapaz fugiu com o corpo de Carol pendurado para fora da caminhonete. A cabeça de Carol rolou na calçada e foi parar em um jardim com flores. A mais louca noite da sua vida terminou ali.

CURTINDO A VIDA SEM NOÇÃO (parte 1 de 2)



Carol caminhava calmamente pela rua. Era noite, quase 22h30min, de uma sexta-feira. A garota de 20 anos voltava a pé do trabalho. Morava em uma cidade pequena onde nada acontecia. Nada mesmo. Era possível caminhar pelas ruas a qualquer hora sem que corresse o risco de ser assaltada, estuprada ou coisa pior. Os amigos se concentravam na praça da cidade para bater papo e ouvir música no som alto dos carros. Talvez alguns fumassem maconha, mas nada de grave decorria disto. Tudo o que acontecia nas grandes cidades passava longe de Santa Palma. A calmaria era entediante para ela.

A turma de amigos de Carol era de gente boa. Gostavam de beber, mas moderadamente. Quando não estavam na praça, se reuniam na casa de um ou de outro para fazer um jantar ou churrascada. Alguém pegava o violão ou rolava um som eletrônico. Era legal. Mas Carol queria mais.

Era muito marasmo para uma pessoa só, pensava ela naquela noite estrelada. Seu sonho era passar no vestibular, formar-se em jornalismo, trabalhar na TV e sumir de Santa Palma. Victor, seu namorado há três anos, era nerd. Entendia tudo de computador e se satisfazia com aquela vida simples. Isto enfurecia Carol. Se Victor usasse todo seu conhecimento em informática, poderia viver longe de Santa Palma, em algum lugar animado, dinâmico, com gente que poderia levá-lo para frente. Mas não. Victor não queria sair da sua zona de conforto. Naquele momento ele deveria estar chegando à praça com sua moto velha para se encontrar com os amigos e esperar por ela. Todas as sextas-feiras era esta a programação. Carol deixava a farmácia em que trabalhava, voltava para casa, tomava um banho e tomava o rumo da praça. 

Era bom ficar com os amigos.

Mas não o bastante para ela.

Não faltava muito para Carol chegar em casa quando escutou o barulho do motor de um carro atrás de si. Curiosa, ela olhou para ver quem era. O cara mais gato da cidade ─ e também o mais rico ─ diminuiu a marcha para acompanhar os passos de Carol. A garota ficou excitada. Sempre achara Tiago o mais top de todos. Naquele lugar enfadonho, ele agitava horrores. Sem se preocupar com o amanhã, Tiago e seus amigos bebiam, fumavam e cheiravam. Era um escândalo. Como não havia o que fazer em Santa Palma, a turma de loucos se bandeava para outras cidades maiores nos seus carros possantes. Victor torcia a cara para aqueles drogados, como se referia. Mas para Carol eles eram o máximo. Uma pena que era invisível aos olhos daqueles loucos.

— Oi, Carol.

Ela parou no meio da calçada, ligeiramente estonteada. Como assim? Tiago sabia o seu nome? Meu Deus, aquilo era bom demais.

— Oi... Oi, tudo bem?

Tiago sorriu de dentro da sua possante caminhonete prata. Aliás, dias antes Carol sonhara que estava dentro daquele carro. Será que… será que seu sonho seria realizado?

— O que uma garota bonita como você está fazendo sozinha numa noite gostosa como esta?

Carol piscou. Sério mesmo? Ele a achava “bonita”?

— Eu estou indo para casa.
— Para casa? ─ Tiago olhou para o relógio caro que trazia no pulso. — Tão cedo? Quer dar uma volta?

Ela disse para si mesma: resista.

— Volta?

Uma brisa balançou os cabelos loiros do rapaz.

— Você tem algum compromisso?

Carol se lembrou dos amigos que a esperavam na praça e de Victor com sua moto velha.

— Tudo bem se você não quiser.

Tiago fez menção de que iria arrancar com o carro.

— Não. Não vá ─ se não fosse ela, seria outra garota. — Quero dar uma volta. Com você.

Com um sorriso gostoso, ele abriu a porta da caminhonete. — Entra aí.

Dois segundos depois Carol estava comodamente instalada ao lado dele, feliz e extasiada. Jogou a bolsa para o banco de trás e se viu obrigada a confessar:

— Nunca andei em um carrão destes.
— Deu pra ver. Prepare-se ─ Tiago acelerou — para a aventura da sua vida.
*
Nos primeiros cinco minutos eles ficaram em silêncio. Volta e meia Tiago a olhava e sorria. Carol mal podia se conter. Como queria pegar o celular e fazer uma selfie. Seria o assunto da cidade por muito tempo. De repente Tiago perguntou:

— Quer uma carreira?
— O quê?
— Quer cheirar?

Carol engoliu em seco quando viu Tiago aproximando o nariz de um pó parecido com talco e cheirando uma carreira de cocaína. Quer dizer, ela achava que fosse. Tiago fechou os olhos e os abriu novamente para encarar Carol.

— Tenho mais um pouco. Quer?

Carol nunca tivera vontade de cheirar droga nenhuma. Nem nunca pensou nisto.

— Nunca cheirei nada na vida. Só meus perfumes ─ disse ela, tentando fazer graça.

Ele riu também.

— Mude sua vida. Você tem esta chance aqui comigo.

Ao lado de Tiago a vida de Carol não parecia nem um pouco sem graça. Muito pelo contrário. Parados naquela rua deserta, ela não recuou quando Tiago lhe estendeu uma agenda com uma carreira de cocaína em cima.

— Vai. É só cheirar.

Carol fechou os olhos. Era só negar.

— Ok. Quero ver como é ─ arrematou ela, nervosa e curiosa ao mesmo tempo.

A garota cheirou rápido, com medo de desistir e parecer uma idiota. Uma sensação estranha tomou conta dela. Prazer, um prazer diferente.

— Nossa ─ murmurou ela.

— Vamos aloprar ─ Tiago arrancou com o carro. — A noite ainda não começou.

domingo, 5 de junho de 2016

A CAIXA






O amor que sinto por você 

deixei guardado em uma caixa. 

Talvez eu a enterre bem fundo.

Ou não.