sexta-feira, 31 de agosto de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

QUAL SERÁ O NOME DELE?

NA VIAGEM MAIS DOIDA DA MINHA VIDA
ME APAIXONEI EM DOIS SEGUNDOS
NAMOREI, CASEI E TIVE FILHOS COM ELE EM MENOS DE DEZ MINUTOS
TUDO ACABOU QUANDO O ÔNIBUS PAROU NO MEU PONTO
QUAL SERÁ O NOME DELE?

terça-feira, 28 de agosto de 2012

PALAVRINHAS MÁGICAS

DA TUA BOCA EU SÓ DESEJAVA ESCUTAR TRÊS PALAVRAS MÁGICAS
SÓ ESCUTEI O SILÊNCIO
SERÁ QUE SOU SURDA OU O GATO COMEU SUA LÍNGUA?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

sábado, 25 de agosto de 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

sábado, 18 de agosto de 2012

AMOR ANTIGO

E quando a gente pensa que aquele amor antigo já se acabou
Ele retorna com uma força que não existia antes
Para nada... para nada.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

MEUS 3 DESEJOS



1º desejo: Um amor para todo o sempre
2º desejo: o dom de voar
3º desejo: não me acordem tão cedo

terça-feira, 14 de agosto de 2012

domingo, 12 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

CELULAR

Houve um tempo em que eu não desgrudava do celular, aguardando ansiosamente que ele tocasse.
Nada.
Hoje me irritei e atirei-o contra a parede.
Nem assim ele tocou.

AUSÊNCIA

Dele eu não sinto mais falta. O que dói é a ausência do amor.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

TRAIÇÃO (CAP. 3 DE 3)


Em silêncio a moça fez o que Adele pediu e saiu rapidamente. Pousando os olhos no envelope, Adele contou até três para criar coragem e abrir. Talvez fosse um bilhete dele pedindo perdão. Com alguma esperança, ela rasgou o envelope. Realmente lá dentro tinha um bilhete. Lacônico. “Tirei tudo que era meu lá de dentro. Devolvo-lhe a chave do seu apartamento”.

A chave caiu em cima da mesa e Adele desmoronou finalmente. Trancou-se na sua sala e chorou por uns vinte minutos sem parar. Quando o celular tocou ela deu um pulo. Era Zuleica.
− Oi, Zuleica...
A voz abatida de Adele assustou a prima.
− O que houve, Adele? Você está doente?
− De certa forma. Botei Luciano para fora de casa.
− Como assim? Do que você está falando?
− Ele tinha mesmo uma amante – Adele sentiu o sangue ferver – Acabei descobrindo depois da festa bisbilhotando o celular do cretino. Confrontei-o. E ele não teve como negar.
− Querida, que situação terrível... Será que você não se precipitou? Talvez fosse um casinho sem importância e…
− Não era. Ele foi embora muito fácil. Não contestou, não pediu perdão, não alegou que foi uma fraqueza momentânea.
− Afinal, quem é essa mulher? – Zuleica estava abismada.
− Uma tal de Paula. Vinte anos mais nova que eu.
Até mesmo ao proferir a última frase fez com que o coração de Adele quase explodisse de dor.
− Esqueça esse lance da idade, Adele.
− Impossível, Zuleica. Eu sempre tive medo que isso acontecesse. Achei que poderia ficar mais um tempo com ele antes de ser trocada. Ou que ocorresse com mais dignidade. Me enganei.
− Você está no escritório?
− Sim.
− Vai almoçar?
− Não sei quando terei fome novamente.
− Adele, vou passar aí às seis horas da tarde e vamos fazer um happy hour, entendeu? Não vou deixar você ir para sua casa sozinha, no estado em que está.  Você não quer dormir no meu apartamento?
− De jeito nenhum. Vou enfrentar o monstro hoje. E amanhã já estarei bem melhor.
− De qualquer forma vamos sair essa noite. Você precisa desabafar.
− Está bem – suspirou Adele,  secando as lágrimas – Preciso mesmo conversar com alguém.
− Então está combinado. Cuide-se. Se precisar me ligar antes, faça isso.
− Ok. Obrigada, querida.

Adele desligou o telefone sentindo-se um pouco menos pior. A fome não veio e a tarde passou rapidamente para desgosto dela. Às seis horas em ponto Zuleica surgiu linda e elegante no escritório, contrastando com o abatimento de Adele. As duas saíram de braços dados e cada qual em seu carro, foram parar um barzinho não muito longe dali. Entre alguns goles de suco e petiscos, Adele conseguiu se alimentar. Zuleica não parava de lhe alertar que vários homens estavam flertando com ela, mas Adele não acreditou. E mesmo que fosse verdade, até menos de 24 horas atrás Adele tinha um relacionamento. Não podia simplesmente trocar de homem de uma hora para outra.

Por volta das nove horas da noite Adele sentiu que não podia mais adiar. Pegou sua bolsa e anunciou:
− Está na hora, Zuleica. Quanto mais eu evitar esse momento, pior para mim.
− Tudo bem. Eu vou com você.
− Não precisa, eu aguento. Rodolfo deve estar sentindo sua falta.
− Ora, e também pode estar com outra – riu Zuleica, tentando descontrair – Eu vou junto. Quando eu achar que você está apta a segurar as pontas eu vou embora.

As duas tomaram o rumo do apartamento de Adele. Com o coração aos saltos dentro do elevador, Adele suspirou profundamente.
− Sabe qual a impressão que tenho? Que ele morreu.
− De certa forma não deixa de ser. Mas… sabe, tenho um palpite.
− Qual?
− Em menos de dois meses ele vai voltar para os seus braços.

Adele riu amargurada:
− Pois eu duvido. Esse é o fim. O triste fim... Bem, o negócio é me concentrar no trabalho e procurar outros desafios.

O elevador parou no andar de Adele e as duas primas se encaminharam para a porta. Assim que colocou os pés no apartamento, ela pode sentir que o perfume de Luciano ainda estava no ar. Ferida, ela comentou:
− Parece que o desgraçado deixou o perfume de propósito.
− Ou não. Talvez já saiba a cagada que fez.

Adele não respondeu. Foi direto ao seu quarto, seguida da prima, e escancarou todas as portas. Murmurou:
− Bem, ele levou tudo. Até o frasco do perfume.
− Foi o combinado, não é mesmo?
− Sim − Adele fechou as portas, triste. Comentou – Achei que me sentiria pior não vendo as roupas dele aqui. Mas eu prefiro isso a viver uma relação de mentiras.
− Posso ficar com você esta noite.
− Não, não precisa, amiga – agradeceu Adele, abraçando Zuleica – A pior noite será essa. As outras serão mais fáceis de suportar. Eu tenho que enfrentar a dor e a solidão de uma vez. Assim elas irão embora mais cedo.
− Mas…
− Estou bem, Zuleica. Eu juro.

A contragosto, Zuleica pegou a bolsa e despediu-se, pedindo que Adele lhe avisasse caso precisasse de algum consolo. Mal a prima saiu, ela acendeu todas as luzes da casa, pôs uma música e ligou a televisão. O apartamento se tornou uma babel de sons que nem por um momento importunaram Adele. Ela precisava escutar vozes para não se sentir tão sozinha e abandonada. No quarto só entrou para pegar o travesseiro e o lençol. Naquela primeira noite se recusou a dormir sozinha. Acordou no outro dia com o sol entrando pela janela. A noite até que não tinha sido tão ruim. Dormiu direto, sem sonhos e sem choros. Ao se dirigir para o escritório, vibrou por não estar com enxaqueca ou enjoada.

Adele só voltou a dormir no seu quarto duas semanas depois, quando se sentiu mais forte. Já não precisava mais de ficar com o som do CD ou da televisão ligados ao mesmo tempo. Um só aparelho ligado bastava. A falta que sentia de conversar com alguém era o que mais lhe doía. Luciano sempre fora um ouvinte atento, com opiniões formadas, sempre ao alcance dela. Era difícil não ter com quem falar. No final de um mês comprou um cachorrinho, daqueles que pouco crescem. Branquinho e mimoso, encheu a vida de Adele de alegria e outras preocupações. A rotina mudou. Passeios pela quadra e no parque se tornaram frequentes. As idas ao veterinário a tiravam do escritório no horário do expediente. De Luciano não teve mais nenhum sinal ou notícia. E também procurava não saber. Não lhe interessava mesmo. Apenas tinha medo de encontra-lo em algum lugar com a outra. Como iria reagir? Ela não sabia.

Ao mesmo tempo sua vida começou a tomar outro rumo. Luciano deixou de ter importância quando conheceu outra pessoa nas suas visitas ao parque com o cachorrinho. Um simples cumprimento virou uma conversa animada na praça. Várias conversas, inclusive. Trocas de celular, convite para jantar. Luciano já era.

A primeira vez que viu Luciano depois do rompimento foi quase cinco meses depois. Adele estava muito bem acompanhada em um passeio no shopping. Encontraram-se na fila do cinema, cada um com seu respectivo par.

Paula. Nem era isso tudo. Cabelos vermelhos, desgrenhados. Se vestia despojada demais para o gosto de Adele. Não combinava com o estilo de Luciano. Para sua total satisfação, percebeu que Luciano não disfarçou a contrariedade ao vê-la com alguém. E o melhor de tudo: o coração se portou muito bem.

Talvez tenha sido pelo encontro da noite anterior que no outro dia pela manhã Adele recebeu um telefonema do seu ex. Ao ver o nome de Luciano no visor do seu celular não chegou a se surpreender.
− Olá, Luciano. Tudo bem?
− Oi, Adele – respondeu ele, um pouco inseguro – Como você está?
− Muito bem.
− Sim, ontem eu vi que você está muito bem mesmo.
− Você quer alguma coisa? Deixou algum pertence seu na minha casa?
− Não, eu levei tudo o que eu tinha de lá. Bem, só liguei para ver como você estava.
− Não estou entendendo você. Acha que eu estaria chorando por sua causa até hoje?
− Não quis dizer isso.
− Mas deve ter pensado.
− Fico feliz de saber que você está legal. Sério.
− E você? Está tão satisfeito com a sua vida como eu estou com a minha?
− Claro – Luciano não mostrou convicção nenhuma na sua resposta – Está tudo ótimo.
− Certamente que você achou que eu não teria mais homem nenhum depois de você, não é mesmo? Ou que eu ficaria de luto por uns bons vinte anos.
− Jamais pensei uma coisa dessas, Adele – retrucou ele ofendido – Gostei de ver você ontem, mesmo estando acompanhada de um velho. Ou melhor, de um homem mais maduro.

O sangue de Adele ferveu.

− Quando estávamos juntos você era mais elegante e educado. Sinto muito que sua companhia não o esteja ajudando a evoluir como pessoa.
− A Paula é uma pessoa incrível.
− Acredito que seja. Deve ser por isso que você está com tanta dor de cotovelo ao me ver com outro homem muito melhor do que você em todos os sentidos. Passar bem, Luciano.

Adele desligou o telefone exasperada. Nunca imaginou que Luciano pudesse patrocinar uma cena de ciúmes como aquela. Ao mesmo tempo ficou feliz. Não estava perdendo para nenhuma menina de trinta anos.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

TRAIÇÃO (CAP. 2 DE 3)


Por volta da uma hora da manhã decidiram voltar para casa. Adele se sentia feliz. Apesar de Luciano estar cansado, os dois conversaram normalmente no carro. Talvez até fizessem amor quando chegassem em casa.

No entanto mal entraram no apartamento, Luciano bocejou e disse que iria tomar uma ducha antes de dormir. Um pouco decepcionada, Adele não disse nada. Apenas o observou enquanto ele tirava a roupa e colocava o celular em cima da cômoda. Luciano se trancou no banheiro. Adele permaneceu sentada na cama com os olhos fixos no celular.

Aquilo não era do seu feitio. Bisbilhotar não era próprio da sua personalidade. Mas obedecendo a um impulso irresistível, Adele praticamente se jogou por cima da cômoda e pegou o celular com as mãos já trêmulas. 

Ela foi direto para a última ligação. Ali estava um nome. Paula. Quem era Paula, ela se perguntou sentindo náuseas novamente. Não tinha sido Antônio quem ligara? Desesperada, foi para a caixa de mensagens. Parecia que seu parceiro só recebia torpedos dessa tal Paula. Adele logo percebeu que eram conversas cifradas, em código. Luciano estava tão seguro da situação que nem se dera ao trabalho de deletar. Ou então ele achava que Adele era muito burra para não descobrir que a vadia da Paula era sua amante.

Adele ficou segurando por alguns minutos o celular, sem saber ao certo o que fazer. Sentia-se entorpecida, quase incapaz de se mexer. Dentro do banheiro Luciano finalmente desligou a ducha. Adele pôs de volta o celular na cômoda, ainda tremendo. Teria que confrontá-lo, mesmo que fosse muito doloroso.

Luciano saiu assobiando do banheiro. Estava relaxado e calmo até olhar para o rosto de Adele.
− Que cara é essa?
− Só me responda se ela é mais nova que eu.
A voz de Adele saiu fria como aço. Luciano lutou para se manter sereno.
− Do que você está falando, querida? Quem é mais nova que você?
− A Paula – e Adele apontou com a cabeça para o celular – Essa que fica mandando mensagens em código para você. E que você me mentiu que se chamava Antônio.
− Você bisbilhotou no meu celular? – Luciano estava incrédulo.
− Há quanto tempo você está saindo com ela?
Cada pergunta era uma facada no seu próprio coração. Adele tinha medo da resposta de Luciano. E ele a encarava furioso.
− Sempre respeitei sua privacidade.
− Quem é ela, Luciano? Eu que faço as perguntas aqui.

Adele lutava para demonstrar firmeza nas suas palavras. Sua voz não tremeu nenhuma vez, ao contrário do seu interior que desmoronava.

Depois de uns dez segundos de silêncio Luciano percebeu que não tinha mais saída. Era abrir o jogo ou abrir o jogo. Ele pretendia fazer isso no momento certo, apenas estava aguardando que ele chegasse. Definitivamente, o momento não era aquele.
− Paula é uma… uma amiga.
− Que tipo de amizade é essa?
− Uma amizade mais íntima.

Adele sentiu que todo o sangue fugiu-lhe do rosto.

−Quantos anos ela tem?
− É tão importante assim para você? – Luciano perguntou exasperado.
− Para mim é – Adele respondeu mais fria do que nunca.
− Fez 29 anos semana passada.

Nada menos que 20 anos de diferença entre nós, pensou Adele amargurada. Ser trocada por outra mulher já era terrível. Porém ser preterida por outra muito mais jovem não tinha explicação. Arrasada, Adele não teve mais coragem de olhar para Luciano.
− Escute, Adele...
− Chega, Luciano – ela olhava para o outro lado – Vá dormir no quarto de hóspedes. Quando eu voltar amanhã do escritório não quero encontrar mais nada seu em meu apartamento.

Adele fez questão de enfatizar bem as palavras “meu apartamento”. Esperou que Luciano falasse alguma coisa, dissesse que era um casinho sem consequências e que o amor da sua vida era ela, Adele, e não uma idiota de 29 anos. Porém Luciano não falou nada. Apenas deu um suspiro, abriu a porta do quarto e saiu. Por alguns minutos ela esperou que Luciano voltasse implorando perdão. Isso não aconteceu. Certamente estava até aliviado. Livre dela e pronto para viver um novo amor. 

Cachorro.

Depois de uma noite pavorosa, Adele levantou com olheiras, dor de cabeça e alguma náusea. Arrumou-se rapidamente e foi a primeira a chegar ao escritório.  Queria evitar a todo custo se encontrar com Luciano. Não pretendia vê-lo mais. Esperava sinceramente que ele não estivesse na sua casa quando voltasse, à noite. Por mais doloroso que fosse, era melhor romper com todos os vínculos de uma vez.

No escritório os colegas perceberam que algo estava errado, mas Adele resistiu. Comportou-se bravamente em todas as reuniões estressantes que teve que participar. Era a única maneira de escapar da dor mais forte que viria mais tarde. Um pouco depois do meio dia, a secretária – com uma expressão estranha – entrou na sua sala segurando um envelope. Disse:

− O porteiro disse que o senhor Luciano deixou lá embaixo.
Disfarçando que estava analisando um relatório, Adele respondeu secamente:
− Pode largar aí na minha mesa.

… continua …


MAIOR QUE TUDO

MAIOR DO QUE OS MEUS SONHOS, SOMENTE A MINHA VONTADE.

domingo, 5 de agosto de 2012

TRAIÇÃO (CAP. 1 DE 3)


O casal estava no carro. Ele dirigia em silêncio. Ela o observava com o canto do olho, incomodada. Desconfiada.

Já fazia algum tempo que seu parceiro se comportava de maneira estranha. Luciano estava arredio. Nos últimos dias vinha evitando a companhia de Adele. Coisas simples que faziam juntos como ir ao supermercado ou à academia agora eram quase raridade.

Eles estavam juntos há 3 anos. Foi amor à primeira vista. Luciano, 12 anos mais moço, não titubeou em pegar suas coisas e ir morar com Adele, no seu belo apartamento. E mesmo com toda a diferença de idade, o casal tinha um ótimo relacionamento.

Ele não era mais o mesmo desde a Páscoa, dois meses antes. A rotina do casal começou a ser alterada quando o Luciano passou a chegar mais tarde do escritório. Muito trabalho, alegava. Adele sempre acreditou. Advogado no início de carreira, ela sabia o quanto o companheiro lutava para conquistar seu espaço profissional no mercado. Nunca reclamou por ele chegar tarde. Pelo contrário, até o apoiou.

De uma hora para outra o sexo começou a ficar escasso, frio. Foi nesse momento que Adele sentiu o sinal de alerta acender. Sexo entre eles sempre fora sagrado. A química entre os dois era notável. Adele nunca sentira tanto prazer na sua vida com outro homem antes dele. E sabia que Luciano também adorava fazer amor com ela. Mas de repente ele passou a negar fogo. Muito trabalho, estresse. A justificativa era essa.
Naquela noite ambos seguiam para o aniversário da prima de Adele. Depois de muita conversa, ela conseguiu fazer com que Luciano a acompanhasse. E ali estavam os dois no carro. Mudos. Adele tentou puxar assunto, alguma coisa banal. Ele respondeu aos monossílabos, ligeiramente irritado.

“Ele tem outra”.

Até então aquela ideia terrível não havia passado pela sua cabeça. Aliás, ela fizera força para expulsar qualquer desconfiança. Mas não teve jeito. A suspeita da traição caiu como uma bomba sobre ela ali mesmo no carro. E Adele quase se sufocou. Será? Será que Luciano teria coragem de fazer uma sacanagem monstra com ela, depois de tudo o que viveram juntos? Mesmo depois de todo o apoio que ela lhe deu, tanto profissionalmente como financeiramente? Seria possível?

Adele chegou a sentir náuseas ao imaginar essa hipótese. Mesmo que fosse apenas uma suposição, somente em pensar que estava perdendo sua paixão para outra mulher era algo devastador. Adele sabia que o seu amor por ele era muito maior do que o dele por ela. Mas isso nunca importou. Desde que estivessem juntos, é claro.
Luciano deixou o carro com o manobrista e os dois entraram no elevador. Ele continuava mudo, tentando disfarçar a contrariedade.
− O que houve, Lu? – ela perguntou respirando fundo, com medo da resposta – Você está esquisito.
− Só estou cansado – Luciano olhou para o relógio – Você pretende ficar muito tempo aqui?
Aborrecida, Adele respondeu:
− É o aniversário da minha prima. Pensei em me divertir um pouco, já que faz tanto tempo que não saímos e não fazemos nada de diferente.

Era uma cobrança, a primeira de todas. Adele ficou esperando ansiosa por uma resposta, qualquer que fosse, mas Luciano ficou mudo outra vez. Aquele silêncio era deprimente.

Assim que entraram no apartamento onde acontecia a festa, Luciano tratou de se afastar para ir pegar uma bebida. Adele logo encontrou alguns conhecidos e tentou relaxar. Seu companheiro sumiu. O lugar era grande e havia muitas pessoas. Ansiosa, Adele o procurou com os olhos, mal prestando atenção no que seus amigos diziam. Ria de coisas que nem sabia se eram engraçadas. Bebeu duas taças de champanha de um gole só. Onde estava ele? Onde Luciano tinha se metido?

De repente a prima de Adele a puxou pelo braço dizendo:
− Venha comigo, quero lhe mostrar o que o Rodolfo me deu de presente.
Zuleica a conduziu entre os convidados até seu quarto. De Luciano, nem sinal. Quando se viram ambas sozinhas, Zuleica fez a pergunta:
− O que está acontecendo, afinal? Você está se sentindo bem?
− É o Luciano – Adele queria se embebedar – Ele está muito esquisito. Não sei o que fazer.
− Esquisito como?
− Esquisito, Zuleica! Estranho demais! –ela fez uma pausa e confessou envergonhada – Acho que ele tem outra mulher.
− Mas vocês sempre se deram tão bem!
− Faz uns dois meses... Não temos mais cumplicidade. Pouco conversamos, pouco saímos. Não lembro mais a última vez que transamos.
− Não consigo acreditar. E onde ele está agora? Nem vi vocês juntos desde que chegaram.
− Boa pergunta. Meu companheiro ­– ou ex ­– desapareceu.
− Calma, Adele. Não se precipite. Ele pode estar com algum problema no escritório e não quer preocupar você.
− Duvido. Ele teria me dito. É outra coisa. Tem mulher no meio.
− Vamos voltar para a festa. Tire do seu rosto esta tensão toda. Disfarce e faça de conta que está tudo sob controle.
− Se fosse fácil assim…
− Vamos procura-lo, está bem? Talvez ele esteja procurando por você justo neste momento.

Ambas as mulheres voltaram para a festa. Adele conseguiu por no seu rosto o belo sorriso que ficou congelado como uma máscara. Luciano não estava em parte alguma. Entredentes ela comentou com a prima:
− Acho que ele foi embora da festa.
− Por aqui – disse Zuleica com os olhos atentos – Talvez ele esteja na cobertura tomando um ar. Vamos até lá.

O coração de Adele pulava dentro do peito. Aquilo já era demais. Nunca Luciano a abandonara em lugar nenhum. Ele estava passando dos limites.
− Não falei? – Zuleica estava radiante. As duas primas pararam na entrada da cobertura. Algumas pessoas estavam lá fora, conversando e apreciando a incrível vista da cidade. Luciano também. De costas. No celular.
− Com quem será que ele está falando? – Adele sentiu um aperto no coração.
− Com algum amigo – garantiu Zuleica – Vá lá, não fique parada aqui imaginando coisas.

Respirando fundo e levemente estonteada pelo champanhe, Adele foi ao encontro de Luciano. Ele não a viu. Nem suspeitava que sua companheira estivesse se aproximando. O papo dele se desenrolava aos monossílabos, Adele mal entendia o que Luciano conversava. Mas pelo tom de voz, logo percebeu que não era sobre trabalho.
− Luciano…

A voz dela não passou de um sussurro. Apesar disso Luciano voltou-se rapidamente. Ele não teve tempo de disfarçar o susto.
− Está certo. Falo com você amanhã – Luciano desligou o celular, guardando-o no bolso.
O casal ficou se encarando por alguns segundos. Constrangida Adele perguntou:
− Atrapalhei você?
− Claro que não – e ele sorriu sem graça – Era o Antônio. Estávamos conversando sobre um processo cabeludo que eu peguei. Até foi bom você ter chegado. Não estava com o mínimo saco para conversar sobre trabalho agora. Vamos descer para a festa?

Dali para frente a tensão diminuiu. Luciano passou a se comportar esplendidamente, como antigamente. Atencioso, permaneceu ao lado de Adele, participou das rodinhas dos amigos dela e estava simplesmente encantador. Em certo momento, Zuleica a puxou para o lado e segredou:
− Eu não disse?

Adele sorriu aliviada. Certamente que era um problema no escritório. Coitado, não o deixavam relaxar nem depois do expediente.

... continua ...

VOCÊ TEM?

Não me interessam teus músculos ou o ano do teu carro. O que me enchem os olhos e me faz sorrir é o bom caráter de uma pessoa. 
Você tem?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ME BEIJA!

Tô cansada dos teus resmungos e das tuas reclamações, por isso vou te fazer uma proposta:
CALA A BOCA E ME BEIJA!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EXPERIMENTE ME AMAR OUTRA VEZ


Não descartei meu amor, pois ele é muito forte para se jogar fora. O sentimento continua lá, em um cantinho escuro do meu coração. Será que ele virá para a luz? Experimente me amar outra vez.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012