quarta-feira, 17 de julho de 2019

A BRUXA (conteúdo erótico)








A mãe de Eyleen terminou de preparar uma cesta grande com várias frutas, pães e um pote de mel. Obediente, a garota aguardava ao lado da mesa a mãe colocar um pano por cima dos quitutes. Finalmente chegara a hora que ela mais esperava. O grande dia da visita à avó. Linette vivia no interior do bosque, cercada por seus gatos e cachorros e nem sempre elas podiam se ver. Mas o dia amanhecera esplendoroso e Eyleen se sentia muito bem e disposta.

— Pronto, minha filha. Aqui está o presente para sua avó. Se você seguir pelo caminho certo, não demora uma hora para chegar até lá. Mas não se desvie. Quero que você esteja aqui antes do pôr-do-sol.
— Está bem, mãe.

Eyleen pegou a cesta de vime e encaixou no braço. Estava acostumada a fazer aquelas caminhadas pelo bosque verdejante do vilarejo. Não havia perigo. Os animais se escondiam no interior da floresta e era só seguir a trilha. Mesmo quando um dia Eyleen se atrasou para voltar da casa de vó Linette, foi só seguir a trilha iluminada pela lua cheia para chegar em casa segura. Mas não podia se arriscar. No dia que chegou atrasada Eyleen foi dormir com o traseiro quente das palmadas que levou da mãe.

O sol ardente anunciava a chegada do verão e Eyleen se sentia bem no seu vestido cor-de-rosa. Assim que se viu em uma distância considerável de casa, a garota colocou o vestido acima dos joelhos e expôs as coxas brancas. Ah, era tão bom andar assim. Não haviam olhos para admirar seu corpo bem feito e Eyleen suspirou. Era uma garota bonita, cobiçada até pelos amigos do pai. Quando ia ao centro do vilarejo com a mãe percebia os olhares dos homens sobre si. No dia que o primo a agarrou e a levou para o celeiro foi memorável. Ninguém soube e depois foi só colocar fora o feno manchado com seu sangue de virgem. A partir dali algo se acendeu em Eyleen. Ela sempre queria mais e mais e mais. Porém, com os olhos vigilantes da mãe, não era fácil conseguir um homem para se divertir.

De propósito Eyleen desviou o caminho. Era cedo, tinha caminhado rápido e não faria mal se parasse no lago para tomar um pouco de água e molhar os pés. A mãe não precisava saber, seria rápido. Saltitando pelo caminho e arrancando algumas das flores coloridas para enfeitar a cesta, Eyleen logo chegou ao lago de águas azuis, cantarolando. Porém, se calou quando se deu conta que não estava sozinha. Do outro lado, pescando calmamente, estava Kelvin.

Eyleen deixou a cesta cair no chão. Ah, Kelvin... o garoto dos seus sonhos. Tímido, belo e de cabelos louros, poderia fazer um bom par com Eylenn caso ele já não estivesse namorando Brenda. Eyleen a odiava, principalmente quando ela desfilava pelo vilarejo se exibindo ao lado do namorado.

Kelvin levantou os olhos e se deparou com Eyleen lhe acenando. Um pouco perturbado, o rapaz abanou de volta. Sabia da fama de Eyleen. Os rapazes comentavam que seu comportamento não era dos mais recomendáveis. Mesmo assim era difícil tirar os olhos dela. Era linda demais, mais que Brenda e seus cabelos cacheados e escuros.

Não foi surpresa para ele quando Eyleen pegou a cesta de volta e rumou em direção a ele, dando a volta no lago. Não queria conversar com a jovem. Eyleen parecia ser uma chaleira de água fervente, pronta para explodir. Mas para Eyleen a chance se apresentou de uma forma inesperada e não podia perder a oportunidade.

— Boa tarde, Kelvin – cumprimentou ela sentando ao lado dele sem cerimônia. — Pescou bastante coisa já?

Ele respirou fundo. Apontou para um recipiente que estava ao seu lado.

— Alguns peixes.
— Ah, que bom. O jantar será uma delícia hoje.
— Acho que sim – respondeu ele, lacônico e perturbado com a presença exuberante da moça.

Eyleen tirou as sandálias e mergulhou os pés alvos dentro do lago dando chutes para cima e espirrando água. Ela riu, contente.

— Você vai espantar os peixes – advertiu Kelvin.
— Puxa, desculpe – Eyleen recolheu os pés. — Mas você já poderia parar de pescar e conversar comigo. Pelo que eu vejo, já tem bastantes peixes aí.
— Minha namorada irá jantar lá em casa hoje. Minha mãe convidou.
— Humm... – fez ela não muito contente com aquela informação. — Você gosta dela?
— Como?
— Você ama sua namorada?

Kelvin piscou. Achava Eyleen tão linda, uma lástima que ela fosse uma rameira.

— Amo.
— Duvido. É que você não me conhece.

A mão de Eyleen pousou na perna de Kelvin. Ele meio que se encolheu, surpreso.

— Eyleen, por favor.
— Não seja bobo. Ninguém vai saber. A não ser que você conte.

Eyleen subiu a mão quente e pegou o pau de Kelvin que, àquela altura, já começava a endurecer.

— Muito bom – ela murmurou quando sentiu o que queria.

Ele se remexeu, desconfortável. Tentou, sem muita convicção, afastar a mão dela.

— Sou comprometido.
— Não há problema – assegurou ela encarando fixamente Kelvin.

Ele baixou os olhos, tímido. Eyleen sabia que estava no controle. Sussurrou:

— Eu faço por nós dois.

Eyleen abocanhou o pau de Kelvin e o rapaz deu um suspiro profundo.

— Fique quieto – ela pediu. — Você é todinho meu.

Kelvin se jogou para trás largando a vara de pescar para o lado. Eyleen era uma bruxa, só podia. Ele escutara os rapazes do vilarejo falando sobre ela e do que era capaz de fazer. Ficara curioso, mas Kelvin era comprometido. No vilarejo Eyleen não desgrudava os olhos dele. Era difícil resistir, dizia Kelvin para si mesmo enquanto sentia o pau abocanhado por ela.

De repente ele não suportou mais ficar tão quieto, tão sem ação. Kelvin se sentou bruscamente fazendo com que a moça perdesse o equilíbrio e tivesse que se apoiar com os cotovelos na relva.

— Ei, o que foi?

Foi a vez dela se encolher. Kelvin a fitava com olhos de louco e Eyleen sentiu o perigo lhe rondar.

— O que há, Kelvin?

Eyleen tremeu no final da frase o que deu a Kelvin um prazer antecipado. Um tapa vibrou no rosto dela.

— Ai!!!

O garoto se jogou sobre ela forçando com as pernas que ela abrisse as dela. A princípio Eyleen tentou relaxar, mas a brutalidade do então tranquilo Kelvin começou a lhe assustar.

— Kel...
— Cale a boca e abra as pernas, sua bruxa.

Eyleen não queria mais. Aquilo deixara de ser uma brincadeira de sedução. Suas pernas foram abertas bruscamente e ela sentiu o pau dele entrar direto na sua buceta. O grito de dor que Eyleen deu foi alto, mas eles estavam sozinhos. Ninguém viria para lhe salvar.

— Bruxa – ele berrou no ouvido dela. — Agora você vai aprender a não provocar mais os homens do vilarejo.

Ela não tinha o que fazer. Sentia Kelvin entrar cada vez mais fundo no seu corpo e para não sofrer mais, Eyleen acompanhou o ritmo que ele impunha. Os seios eram alvos de mordidas e as manchas que certamente ficariam no pescoço teriam que ser bem disfarçadas com lenços. Eyleen parou de se debater e deixou Kelvin agir. Lembrou da doce avó Linette a esperando com seus quitutes. Mas aquilo não iria ficar assim. Se conseguisse pegar Kelvin desprotegido...

Quando Kelvin achou que a batalha estava ganha e Eyleen havia desistido de reagir, levou um potencial chute no meio das pernas. O rapaz urrou, ficou zonzo, viu estrelas. Ele se levantou, ficou em pé, cambaleante. Eyleen levantou também, nua e descomposta. Do meio das suas pernas escorria sangue. Hematomas se formavam no corpo. Kelvin rugiu, furioso, dobrado em si mesmo.

— Vagabunda. Vagabunda.

Ele fez menção de se jogar sobre a garota, mas Eyleen foi mais esperta. Era sempre a mais esperta, disse para si mesma quando Kelvin foi lançado para dentro do lago profundo. Primeiro ele afundou e a jovem foi para a beira para aguardar o que estava para ocorrer. Em seguida ele voltou à tona, já sem ar, com dor e pedindo socorro.

— Me tira daqui! Eu vou morrer!

Lentamente, Eyleen começou a se vestir ao mesmo tempo em que assistia seu algoz se debater dentro do lago. A pequena correnteza formou um redemoinho e não demorou muito para ele submergir totalmente, em agonia, praguejando contra Eyleen.

Já vestida e com a cesta na mão, Eyleen suspirou. O corpo estava dolorido e ela teve que limpar o sangue que escorria com a água do lago. Kelvin não voltou à superfície. Eyleen foi para a casa da vó Linette.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

MEU BEBÊ





Era uma criança linda com grandes olhos azuis expressivos. Os cabelos louros e cacheados desciam em cascata pelas costas. Por onde quer que passasse, Ravenna provocava murmúrios de admiração. Era o orgulho dos pais e quando a mãe, Susan, engravidou do seu segundo bebê, desejou que o próximo filho fosse tão angelical quanto sua primogênita.

Mas quando Rebecca nasceu, algo mudou no comportamento de Ravenna. Em seus quatro anos de vida, sempre fora o centro das atenções onde quer que estivesse. Contudo, ao ver aquele bebê rechonchudo, de pele alva e sorridente no bercinho cor-de-rosa, algo se acendeu dentro dela.

No início Susan não deu muita importância. Ravenna sentia ciúmes, o que era normal. Um dia Susan descobriu um hematoma na bochecha da pequena. Achou estranho, mas não teve tempo de ir atrás do que havia acontecido. Neste mesmo dia Ravenna sentiu dor de barriga e chorou tanto até deixar a mãe desnorteada. Rebecca também estava inquieta e Susan passou por momentos de verdadeiro inferno, sozinha cuidando das meninas.

Foi a mãe de Susan que percebeu que algo estava errado quando flagrou a neta mais velha dentro do berço com Rebecca. Pouco depois o bebê apareceu com uma mordida no bracinho gordo, sangue que chegou a manchar o lençol. Susan tentou contemporizar. Era coisa de criança, de irmãs. Susan passou um pito em Ravenna e depois se arrependeu. Os olhos da pequena se encheram de lágrimas e escorreram pelo rosto inocente. O coração de Susan ficou pesaroso. Era evidente que a filha não tinha noção de nada. Era só uma crise de ciúmes com data certa para passar.

Uma enxaqueca forte acometeu Susan em uma tarde. Por causa da chuva torrencial, ela achou por bem não mandar Ravenna para a escolinha e decidiu que ficaria o dia inteiro com as filhas. Contudo, depois do almoço a forte dor na cabeça fez com que Susan começasse a ver estrelinhas na frente dos olhos. Incomodada, ajeitou-se na cama de casal com as duas pequenas, ambas quietas e sonolentas. Não demorou muito para que Susan caísse em um sono profundo.

Despertou por volta das 16 horas. Esticou o braço para o lado e tocar nas filhas. Nenhuma delas estava ali. Susan sentou na cama, rápido, assustada, e já se culpando. Não devia ter dormido tanto. Tinha que ter sido mais cuidadosa. Ravenna deveria ter pego a pequena e levado para outro lugar. Às vezes tinha a impressão que a mais velha achava que Rebecca fosse somente uma boneca grande.

— Ravenna! Onde está você?

Susan estava pronta para dar um pulo da cama quando a porta do quarto se abriu lentamente. Por alguns instantes Susan ficou paralisada, algo tensa. Então Ravenna entrou no quarto com os olhos azuis faiscando de satisfação.

Nas suas mãozinhas uma faca afiada com a lâmina ensanguentada brilhava.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

TUDO QUE É DELE É MEU






Era um amor meio doido, sem muita normalidade. Gabriela era ciumenta ao extremo e entrava em surto quando o Mauro olhava para o lado. Gabi sabia que podia matar se alguma ordinária arrastasse asa para ele. Ah, mas Mauro não dava bola. Para raiva dela, Mauro até achava engraçado aquelas crises de ciúme, como se tudo não passasse de um chilique da Gabi, sem importância. Por isto ele não fez se esforçou em manter o casinho com a Cris em segredo. A tal da Cris também não se importava nem um pouco com a aliança no dedo da mão esquerda dele. Ela só queria se divertir.

Não demorou muito para a Gabi se dar conta que algo ia errado. Ele chegava tarde em casa alegando reuniões infindáveis no trabalho. De uma hora para outra churrascadas com a turma começaram a pipocar. A fatura do cartão mencionava lugares estranhos, codificados. Gabriela começou a enlouquecer.

Uma noite Gabi decidiu agir. Já era para ter feito alguma coisa, colocar um freio, mas esperou que Mauro entrasse nos eixos, o que não aconteceu. Então ela o seguiu. Mauro havia contado que ia para um churrasco com os parceiros, só homens. Muita cerveja e futebol, Gabi não iria gostar. Tudo bem, ela disse. Vá e divirta-se.

Gabi pegou o carro e seguiu o dele. Mauro foi direto para o clube onde os amigos jogavam bola semanalmente. Ela respirou aliviada. Não era mentira. Seu amorzinho realmente iria somente jogar futebol e desopilar. Porém, ela decidiu entrar, escondida, e conferir só para ter certeza.

Lá dentro a alegria rolava solta. Cerveja, churrasco. Mulheres. Atrás de um pilar Gabi percebeu quando Mauro deu uns beijos numa morena peituda, com muito mais bunda que um dia Gabriela poderia ter. Os outros rapazes também estavam com suas namoradas – ou amantes, vai saber. O ódio cegou Gabi. Uma onda vermelha cobriu seus olhos.
De dentro da bolsa ela pegou sua faca mais afiada, aquela que usava para cortar carne. Gabi avançou, decidida e louca, até onde Mauro estava calçando as chuteiras e ajeitando o calção. A Cris – Gabi já a conhecia de outros carnavais – estava de costas acariciando o cabelo dele.

Vaca. Afaste a mão dele. O cabelo, as pernas, o pau. Tudo que é do Mauro é meu.

Os pensamentos de Gabi passavam velozes por sua mente. Tão velozes que ela não conseguia raciocinar. Ninguém a viu. O punhal perfurou as costas de Cris que soltou um grito agudo e doloroso. Mauro só se deu conta quando a amante caiu para a frente estrebuchando sangue. Quando olhou para cima, Gabi o encarava com seus olhos frios. 

Serei o próximo. Que os anjos me salvem desta louca.

A faca jazia no corpo da Cris. Gabi pegou a mão gelada do marido.

Vamos para casa. Seu jantar está pronto.