segunda-feira, 19 de maio de 2025

VOCÊ ME USOU, AGORA É A MINHA VEZ - CAP. 4




As grandes emoções vividas por Tamara também a deixaram exausta. Quando acordou já eram dez horas da manhã e Daniel não estava ao seu lado na cama. Ela sentou imediatamente tentando escutar algum ruído na casa, mas o silêncio era total. Não havia barulho de chuveiro ligado e nem outro ruído na casa inteira. Tensa e com um pressentimento ruim, vestiu o robe lilás − símbolo do seu amor com Daniel – e saiu pela casa procurando-o.

一 Dani! Ei, Dani! Onde está você?

A cozinha estava intacta, ou seja, Daniel não tinha tomado café. No ar, apenas o perfume dele. Lembrou que o carro deveria estar estacionado na frente de casa. Tamara correu até a janela e tomou um choque.

O carro não estava lá.

Enjoada, escorregou até o chão, sem se importar com o piso frio. Não era possível, não era verdade, dizia para si mesma. Uma ideia veio à sua mente. Claro, talvez ele tivesse ido até o supermercado comprar coisinhas gostosas para o café da manhã. Sim, era isto!

Tinha que ser isto!

Com as mãos trêmulas, pegou o celular e ligou para Daniel. Caixa postal. O enjoo aumentou. Ela foi até a cozinha beber água. Precisava se acalmar. Nada daquilo estava acontecendo.

Foi então que encontrou um bilhete. Pelos garranchos, Daniel estava com pressa quando escreveu. Ela leu e releu sem acreditar no que seus olhos viam. 

Tamara, foram ótimos os momentos que passamos juntos. Sou casado e minha mulher volta para casa hoje com nossos filhos. Encerramos tudo por aqui. Adeus.”

Tamara sentiu o mundo rodar por alguns minutos até conseguir se acalmar um pouco. Leu novamente aquelas palavras escritas por um homem sem caráter e covarde e jurou para si mesma que ele iria pagar caro por enganá-la daquela forma tão vil.

Antes precisava chorar. E assim o fez, não apenas naquele domingo, mas pelos vários dias seguintes.

*

Daniel pegou a estrada cedo. Acordou antes das sete horas da manhã e se deparou com Tamara dormindo a sono solto. Pretendia sentar na frente dela e revelar tudo. Contudo, achou que seria bem mais fácil e menos estressante se deixasse um bilhete curto e grosso. Não era uma maneira bonita de encerrar um relacionamento. Na verdade, aquilo só havia sido uma transa. Não tinha culpa se Tamara era carente e se apaixonou em dois segundos. A vontade que tinha era de colocar o chip do celular fora, porém todos os seus contatos tinham aquele número e Daniel podia sair prejudicado nos seus negócios. Bem, se ela ligasse, teria colocá-la no seu devido lugar. Enquanto voltava para casa, se sentiu aliviado mesmo que seu casamento estivesse fadado à rotina. Era nele que encontrava sua estabilidade. Uma trepadinha ou outra por fora tudo bem. Tamara queria amor eterno e isto ela teria que encontrar em outro lugar, com outro homem.

Mais tarde verificou que ela tinha tentando falar com ele pelo celular. Normal. Seria assim por alguns dias ou semanas até Tamara assimilar o pé na bunda que acabara de levar. Optou por não a bloquear no aplicativo de mensagens para não se sentir mais filho da puta ainda. Dali pra frente, vida normal. Jessica chegaria ao fim da tarde. Daniel teria tempo de tomar um banho, tirar o cheiro da outra do corpo e esperar sua esposinha de braços abertos. O final de semana tinha sido diferente, interessante até. Mas uma aventura como aquelas estava fora de cogitação. Nunca mais.

*

Francine alcançou uma xícara de chá para Tamara que fungava sem parar. Era noite de segunda-feira e Francine recém havia sabido da novidade. Daniel, sexo e a fuga dele. Sem vergonha.

− Tentei ligar ontem o dia todo – gemeu ela, o nariz totalmente vermelho. – Mas quando não dá caixa postal, o Dani simplesmente não me atende. Ele visualiza minhas mensagens e não responde.

− Então esqueça este filho da puta – retrucou Francine, também tomando chá. – Ponha na cabeça que você se envolveu com um oportunista que só queria o seu corpo.

− Ele me enganou desde o início. Me disse que era divorciado! Enganou a mulher dele também!

− E não merece mais as suas lágrimas. Tamara, pare com isto. Não se faça de vítima. Você também aproveitou a situação. Fez um sexo gostoso, experimentou coisas novas... Agora chega. Parta para outra!

− Francine, é difícil entender? Eu me apaixonei por ele! Foram meses de expectativa até este momento! Fantasiei um monte de coisas e Daniel foi tudo o que sonhei. Dói muito! Ele não teve a menor consideração comigo! 

− Como você pode dizer que este cara foi tudo o que você sonhou? Olhe o que ele fez com você! Esqueça este tal de Daniel. 

− Isto não vai ficar assim, Francine! Eu preciso fazer alguma coisa para dar o troco!

− Deixe isto para lá! Não vai lhe levar você a nada. Tenho certeza que ele próprio irá se dar mal por conta das suas atitudes. E você não vai precisará mover um dedo.

Tamara balançou a cabeça fazendo que não.

− Vou destruir o casamento dele assim como ele destruiu minha vida.

− Como você é exagerada...

− Quer ver?


Obs: Aguarde a postagem do capítulo 5.



 

segunda-feira, 5 de maio de 2025

VOCÊ ME USOU, AGORA É MINHA VEZ - Cap. 3


Daniel estava impressionado com o fogo da mulher. Tamara devia estar sem sexo há anos. Pela manhã acordou com um boquete manhã acordou com um boquete feito por ela com todo carinho e dedicação. Nunca havia despertado assim na sua vida e adorou a novidade. Depois, Daniel retribuiu a atenção pegando−a de jeito e comendo−a outra vez, agora na cozinha. O café da manhã foi em clima de muito carinho e pãozinho na boca. Tamara estava simplesmente encantada, achando que tinha acertado a mega−sena. Já Daniel precisava encontrar uma maneira de ficar sozinho para tentar falar com Jessica e ver como estavam as coisas.

Somente quando a vizinha de Tamara tocou na campainha, que Daniel conseguiu ligar rapidamente para a esposa. Sim, estavam todos bem. O bebê era lindo. Com ele também tudo corria normalmente. A mãe estava ótima. Ele escutou Tamara fechar a porta da rua e inventou que estavam lhe chamando. Desligou no exato momento que ela retornou para a cozinha.

一 Falando com quem?

Tamara não conseguiu evitar o ciúme. Já considerava Daniel seu namorado e propriedade.

一 Minha mãe. Falei para você que ela quebrou o fêmur faz uns seis meses? Estou devendo uma visita para a pobrezinha.

Ela se aproximou e lhe lambeu a orelha. 

一 Ah, então vou querer ir junto conhecer minha sogrinha.

Daniel sorriu amarelo, desconfortável, enquanto ela o puxava pela mão.

一 Venha, vamos dar uma volta pela cidade. Quero que você conheça minha loja.

Por ele, jamais sairia daquela casa. Ser paparicado e ter sexo a hora que quisesse estava mais do que bom. Se arriscar daquele jeito poderia lhe trazer problemas. Porém, Daniel não teve argumentos para dizer que preferia não sair. O dia estava lindo, quente e com muito sol. E era lógico que Tamara iria querer se exibir com seu novo macho de estimação. Bem, seria muito azar encontrar um conhecido naquela cidade de merda. Assim, de mãos dadas como se fossem o casal mais feliz do mundo – na visão dela isto era verdade – ambos saíram para dar uma volta.

Tamara parecia uma boba alegre ao seu lado. Vestiu uma minissaia que revelava suas pernas grossas e que definitivamente não caía bem em uma mulher da sua idade. As botas de camurça a deixaram parecida com uma pistoleira. Se ela fosse sua namorada de verdade, era evidente que Daniel jamais deixaria que saísse vestida daquela forma.  Jessica era mais discreta.

Para completar, Tamara era muito conhecida na cidade e cumprimentava todo mundo. Pelo menos, ela fez o favor de não apresentá−lo para ninguém. Depois de mais de uma hora passeando pela cidade, ele conheceu a loja de propriedade de Tamara e finalizaram passando no supermercado. Tamara era a cara da felicidade. Sentia−se casada e fazendo as coisas rotineiras de um casal. Esperava convencer seu amor a ficar pelo menos até segunda−feira de manhã. E transar muito com ele.

Daniel, pelo contrário, já estava se sentindo um pouco entediado. Fazer sexo com ela era sensacional, mas esperava encontrar uma mulher menos deslumbrada. Era nítido já que ela era carente e o pior de tudo, se apaixonou por ele. Observou−a fazendo o almoço. Era toda dedicação e miados. Antes de almoçarem às duas da tarde, Daniel realizou uma das fantasias dela, que era transar apenas com o avental da cozinha. O sexo foi bom, mas poderia ter sido melhor se não estivesse louco de fome. Depois do almoço foram tirar uma sesta. Bem que Daniel tentou dormir mais solto, mas não teve jeito. Tamara se enroscou nele, deixando−o sem espaço. O resultado foi uma dor na lombar quando acordou uma hora depois.

Quando a noite chegou tudo foi mais calmo. Daniel estava exausto e ainda teria que pegar a estrada no outro dia. Tamara, mais saciada, propôs que ambos assistissem um filme, no quarto, debaixo dos lençóis. Daniel topou de imediato e dormiu antes da primeira hora. Ela, ao vê−lo dormindo, sentiu um apertinho no coração. Queria tanto ainda transar com ele...  Que sorte tivera ao encontrá−lo. Pena que Francine, sua melhor amiga, não estava na cidade naquele fim de semana. Mas certamente ela seria a primeira a saber daquela novidade maravilhosa. E seria a madrinha do casamento também.

O filme terminou e Daniel continuou dormindo ferrado. Tamara apagou as luzes, se enroscou nele e dormiu agarradinha no seu amor.

Daniel era o melhor homem do mundo.


Continua...