A tarde
de sábado de Ana Maria foi inteiramente dedicada a sua beleza. Naquela noite
ela iria sair para jantar com o José Mário para comemorar seus cinco anos de
casamento em um dos restaurantes mais badalados da cidade. Portanto, Ana Maria
se sentia na tinha obrigação de ficar impecável e linda.
Depois de mais de quatro horas enfiada dentro do salão ela finalmente se viu pronta. E se achou o máximo. Os fios lisos estavam perfeitos. As luzes loiras realçaram o tom moreno da pele. As unhas vermelhas lhe deram um ar de mulher fatal. Sem falar nas sobrancelhas desenhadíssimas. Nem a própria Ana Maria se reconhecia na frente do espelho. Sim, ela parecia outra mulher. Aliás, não parecia. Era outra mulher. Até mesmo o seu astral tinha dado um up.
Ansiosa em mostrar o resultado para seu amor, Ana Maria voltou para casa sabendo-se alvo de muitos olhares, masculinos e femininos. Mal podia esperar para ouvir o que o José Mário iria dizer. Certamente ele ficaria embasbacado com toda aquela transformação.
Ana Maria chegou em casa e abriu a porta bem devagar preparada para fazer uma entrada triunfal. José Mário estava de pijama, deitado no sofá, assistindo a um jogo de futebol.
− Oi, amorzinho − miou ela, melosa, esperando que o marido a olhasse e soltasse um urro de admiração.
− Oi – respondeu ele
José Mário não olhou para a porta. O jogo estava muito mais interessante. Um pênalti estava para ser cobrado.
− Boa tarde, José Mário − vociferou Ana Maria, entrando na casa e batendo a porta com uma certa... violência.
− Gol! Goooolllll! − vibrou ele − Você viu que chute?
O homem olhou para Ana Maria, emocionado. Ela ficou esperando que o Zé comentasse alguma coisa sobre sua aparência.
Nada.
− Indefensável a bola! Você viu? - Insistiu ele.
Notadamente José Mário estava emocionado com o jogo de futebol. Ana Maria mal acreditava que estivesse perdendo terreno para 22 homens correndo atrás de uma bola.
Depois de mais de quatro horas enfiada dentro do salão ela finalmente se viu pronta. E se achou o máximo. Os fios lisos estavam perfeitos. As luzes loiras realçaram o tom moreno da pele. As unhas vermelhas lhe deram um ar de mulher fatal. Sem falar nas sobrancelhas desenhadíssimas. Nem a própria Ana Maria se reconhecia na frente do espelho. Sim, ela parecia outra mulher. Aliás, não parecia. Era outra mulher. Até mesmo o seu astral tinha dado um up.
Ansiosa em mostrar o resultado para seu amor, Ana Maria voltou para casa sabendo-se alvo de muitos olhares, masculinos e femininos. Mal podia esperar para ouvir o que o José Mário iria dizer. Certamente ele ficaria embasbacado com toda aquela transformação.
Ana Maria chegou em casa e abriu a porta bem devagar preparada para fazer uma entrada triunfal. José Mário estava de pijama, deitado no sofá, assistindo a um jogo de futebol.
− Oi, amorzinho − miou ela, melosa, esperando que o marido a olhasse e soltasse um urro de admiração.
− Oi – respondeu ele
José Mário não olhou para a porta. O jogo estava muito mais interessante. Um pênalti estava para ser cobrado.
− Boa tarde, José Mário − vociferou Ana Maria, entrando na casa e batendo a porta com uma certa... violência.
− Gol! Goooolllll! − vibrou ele − Você viu que chute?
O homem olhou para Ana Maria, emocionado. Ela ficou esperando que o Zé comentasse alguma coisa sobre sua aparência.
Nada.
− Indefensável a bola! Você viu? - Insistiu ele.
Notadamente José Mário estava emocionado com o jogo de futebol. Ana Maria mal acreditava que estivesse perdendo terreno para 22 homens correndo atrás de uma bola.
−
É só isso que você tem a me dizer, José Mário?
Ele
sentou no sofá, percebendo finalmente que algo estava diferente no look da sua
mulher. Só não conseguia precisar exatamente o quê.
−
Eu… Legal ficou o seu corte. Muito bom mesmo.
-
José Mário – Ana Maria respirou fundo e jogou a bolsa em cima do sofá – Eu não
cortei o cabelo.
−
Ah… Já sei! Eles estão com uma cor diferente!
−
Só isso?
−
Humm... Seu cabelo está mais comprido. Como é que você conseguiu ir ao salão de
beleza e voltar com o cabelo maior?
−
Deve ter sido porque eu alisei – furiosa, Ana Maria sacudiu a cabeça freneticamente
de um lado para o outro tentando fazer com que o Zé reparasse em toda a sua
produção – Tá vendo agora?
−
Acho que está liso demais. Eu não sei por que vocês adoram alisar o cabelo. Por
que nunca perguntam para os homens como nós gostamos?
Horrorizada,
Ana Maria perguntou:
−
E você gosta como?
−
Eu gosto mais ao natural. Se você tivesse me perguntando antes de ter passado a
tarde toda no salão, não ia gastar tanto.
−
Eu não posso acreditar no que estou escutando. Não ACREDITO que você não
gostou! Sabe o que é passar cinco horas sentada lavando a cabeça, passando
tinta, tirando tinta, alisando mecha por mecha, fazendo escova, chapinha e…
−
Chega. Chega! Cansei só de ouvir você falar.
−…
para depois eu chegar em casa e escutar do meu marido que ele me prefere ao
natural?! Isso pode ser caso para um divórcio, sabia?
−
Se divorciar por um motivo tão besta? Logo hoje que estamos comemorando cinco
anos de casamento? Olhe nosso álbum de fotos. Quando nós casamos você era
crespa. Lembra?
−
E daí? Mudei. Evoluí. Fiquei loira. Lisa.
−
E bem mais pobre também.
−
Alguma vez pedi dinheiro para você pagar minhas produções?
−
Não é esse o caso. Amorzinho, você não acha que essa discussão idiota está indo
longe demais?
−
Eu passei horas no salão e você não gostou – Ana Maria estava muito ofendida –
Sinto como se tivesse posto meu dinheiro no lixo.
−
Eu não disse que não gostei. Aliás ficou tudo muito bom, se é isto que você
quer ouvir. Só que eu prefiro você mais ao natural, como eu lhe conheci.
−
Também prefiro você exatamente como quando eu lhe conheci. Sem barriga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário