Aquela cena já se repetia há algumas noites no edifício ao lado. Por volta das oito horas da noite o show começava.
Ela devia ter menos de 20 anos.
Loira, magra, mas com curvas. O cabelo descia até o meio das costas e os seios
eram naturalmente cheios. Não parecia ser silicone. A barriga lisinha e as
pernas com músculos na medida certa. A moça nunca tinha ficado nua totalmente. Porém,
a calcinha era tão pequena que parecia estar quase como veio ao mundo.
Se sabia que estava sendo
observada ainda era uma incógnita. O certo, no entanto, é que a beldade já
havia conquistado uma boa audiência da vizinhança. Antes de a novela começar, a
loira acendia a luz do seu quarto e sem desinibição nenhuma, começava
lentamente a tirar peça por peça, em uma dança sensual. Só restava a calcinha.
O espetáculo não terminava. As poses e os trejeitos continuavam. Fotos e mais
fotos no celular, com direito a caras e bocas. E de repente, tudo terminava. Lentamente
a moça ia embora, deixando uma série de admiradores excitados se masturbando na
janela.
Quem primeiro reparou foi o Zé, o
marido da Natália. Gordo, fora de forma, ele estava de saco cheio da esposa, precisando
algo novo para se motivar. Natália detestava sexo, a infeliz. Foi quando ele
reparou na vizinha gostosa. Primeiro ficou surpreso. Ato contínuo,
excitado. Desde então seu programa noturno era ir para a área de serviço, binóculo
em punho, observar a performance da loira. Ah, se pegasse aquela gostosa...
Também o Solano se surpreendeu
com a moça. Gay, 30 anos, achou interessante o show protagonizado pela garota.
Não que tivesse algum interesse por ela. Mas na noite seguinte trouxe o
namorado alguns anos mais jovem para assistir ao espetáculo e pedir que a partir dali ele
fizesse igual.
Dona Catarina teve um chilique.
Viúva há 20 anos, já não fazia sexo há 10 quando o marido morreu. Nem sabia
mais o que era um pau. Nos seus 65 anos de vida, se deparar com uma putinha
fazendo poses vulgares na janela para o mundo ver era uma afronta. E as
crianças? E a moral e os bons costumes? Ah, mas aquilo não iria ficar daquele
jeito.
O Tiago largou suas revistas de
putarias. Não precisava mais delas. Toda noite ele tinha hora marcada para bater punheta
na janela. Quando a vadia chegava, ele já estava de pau duro. Aos 18 anos,
Tiago, aliás, vivia ereto. Um fenômeno. De toda a vizinhança, o garoto
era quem tinha a melhor visão. Ele morava apenas um andar acima e nem precisava
de binóculo nenhum. Houve uma vez – e o pau pareceu que iria explodir
quando ele se lembrou disso – Tiago teve certeza que a putinha
o tinha visto. Ela olhou para cima, piscou, virou de costas e deu uma
reboladinha. Infelizmente o show terminou ali, já que Tiago passou mais tempo
limpando a porra que explodiu no vidro do que assistindo a loira se galinhar.
E havia a Cássia. Lésbica
assumida, no momento estava solteira. Carente e ansiosa para conhecer um novo
amor, sua paixão pela jovem loira foi fulminante. Cássia instalou um banquinho
na frente da janela e todas as noites, no escuro, se masturbava observando
aquela gata. Assim que tivesse uma chance, investiria naquele corpinho tudo de
bom.
Renatinha descobriu que era
gostosa quando passou por uma construção e a peonada lhe desferiu diversos
elogios a sua bunda. Até então ela se achava simplesmente o “uó”. Ninguém
jamais fora capaz de dizer que Renatinha era uma beleza. Foi naquela noite que
a garota resolveu se observar. Não quis apagar a luz. Afinal, o vidro era
daqueles que não deixava que os vizinhos vissem o interior do apartamento.
Foi isso que o irmão garantiu.
Ao se ver no espelho, vestida,
Renata decidiu tirar a roupa. Ficou de calcinha, virou-se de bunda, de lado, só
faltou plantar bananeira. Gostou do que viu. Sim, era gostosa. Mas também
tímida. Seu sonho era ser funkeira, todas as funkeiras são sexies, bundudas e
cheias de namorados. Renatinha queria ser assim, só lhe faltava coragem.
Então começou a treinar. Praticamente
nua –
as funkeiras não andam com muita roupa mesmo – ela colocou um cd pirata da
MC Gatosa e pôs-se a praticar. Aprendeu coreografias, fez carão para as fotos. Um dia seria famosa, seria “a” gostosa do pedaço.
Um dia. Mas, por enquanto,
Renatinha era simplesmente uma anônima, sem fama nenhuma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário