Foi tão rápido que mal me dei conta. Fábio me virou de bruços com tanta violência que entrou areia no meu nariz e olhos. Enquanto tentava tirar a areia de qualquer jeito do meu rosto, senti meu short ser arrancado do meu corpo. Minha calcinha que já era pequena foi destruída. Quando ensaiei um grito, Fábio tapou minha boca com uma das mãos. Com a outra ele abriu minha bunda e logo começou a tentar enfiar o caralho dele em mim.
Com toda a minha
experiência, eu fiquei apavorada. Aquilo não seria uma transa. Ser estuprada em
uma duna de areia não era minha perspectiva de sexo para aquela noite. Tentei
me soltar, mas não teve jeito. Fábio era muito mais forte que eu.
Senti aquele pau
imenso encostar no meu cu. Pressenti o pior. Sem gel e com areia, eu iria sair
destruída daquela foda. Me remexi e levei uma palmada forte na bunda. Fábio não
estava para brincadeira.
— Se você
resistir, vai ser pior ─ ameaçou ele rugindo nos meus ouvidos.
Minha excitação
era coisa do passado. Eu inteira tremia de pânico. Senti a cabeça do pau do
Fábio entrando no meu rabo sem dó nem piedade. Isto que eu estava acostumada a
fazer anal! Mesmo assim, cada metida era um urro meu, abafado pela mão dele.
Depois de uns dois minutos, meu primo enterrou todo o pau no meu cu, socando
forte sem se importar com a dor que eu sentia. Prazer não tive nenhum. Perdi a
conta de quantas enterradas levei. Chegou um momento que eu nem me mexia mais.
Por fim, ele gozou no meu rabo e caiu para o lado, extenuado. Eu fiquei um
tempo deitada de cara na areia, sem coragem para conferir meu estado.
Uns dez minutos
depois eu me virei e consegui sentar. Fábio dormia do meu lado e um sanguezinho
escorreu pelas minhas pernas. Fiquei em pé, puxei o short para cima e vi que o
celular dele estava saindo da bermuda. Com as mãos tremendo e toda dolorida,
filmei o Fábio dormindo pelado, com o pau murcho para fora das cuecas. Não foi
difícil encontrar o número do celular da Claudia. Mandei para ela o vídeo de
dez segundos e fui para o mar tentar me recompor.
Não demorou
muito tempo senti uma mão pousando no meu ombro. Levei um susto e me virei.
Fábio estava atrás de mim, com uma cara de louco.
— Você é a
melhor foda de todos os tempos. Minha noiva não chega aos seus pés.
Aquela altura
meu nojo era tanto que não me empolguei com o elogio. Praticamente cuspi as
palavras em cima dele:
— Vá à merda.
Ele ficou mais
excitado, se é que era possível. Fábio se aproximou de mim, já com o pau duro e
baixou à força meu short ─ ou o que sobrou dele. Desta vez eu lutei, esperneei,
até mordi a orelha dele. Mesmo assim nada disto foi o bastante. Ele socou o pau
diversas vezes na minha buceta até me deixar meio desmaiada na beira da praia.
— Levanta. Ou
você vai dormir aí hoje?
Fábio me puxou
pela mão para que eu ficasse em pé. Meu cabelo era pura areia e antes de
voltarmos para casa, tive que ir ao mar para limpar o sêmen e o filete de
sangue que ainda escorria de mim. Enquanto voltávamos ele teve a cara de pau de
dizer:
— Quero repetir
tudo.
Eu nem respondi.
Do jeito que eu estava, não iria poder transar tão cedo. Somente esperava que a
Claudia já tivesse recebido o vídeo para eu ver o circo pegar fogo. Voltamos
lado a lado. As ruas da praia estavam vazias. Era perto da meia noite. Se ele
quisesse, podia me estuprar de novo. Não haveria testemunhas. Durante o trajeto
tive que aguentar os comentários jocosos de Fábio dizendo coisas do tipo “seu
rabo é bem apertadinho”, “quero arrombar de novo este cuzinho” ou “esta
bucetinha vai ser minha de novo”. Porém,
uma quadra antes de chegarmos em minha casa, ele praticamente ordenou:
— Vá você na
frente. Não quero que ninguém nos veja chegar juntos.
Tudo bem, pensei
eu. Ele iria pagar mais cedo ou mais tarde. Caminhei disfarçando a dor que
sentia e antes de dobrar a esquina ainda conferi se não havia sangue nas minhas
pernas ou se meu short não estava muito destruído. Me surpreendi quando reparei
que havia luzes na minha casa. Percebi que na varanda estavam Vanessa, meus
pais e Claudia, esta aos prantos. Tentei me manter o mais natural possível
quando me aproximei. Vanessa veio ao meu encontro um pouco assustada.
— Onde você
estava, Vitória? Fiquei preocupada. Depois que rolou a briga não vimos mais
você.
— Encontrei com
algumas amigas e ficamos conversando até agora ─ menti descaradamente. Apontei
não tão discretamente para Claudia. — Por que ela está chorando?
— O Fábio sumiu
─ disse Vanessa. — Mas achamos estranho que ela não sai do celular.
Minha mãe se
aproximou de mim. Também ela estava nervosa.
— Por que não
levou o celular, minha filha? Fiquei com medo que você tivesse se machucado.
— Estou ótima,
mãe. Só preciso de um banho.
Fui direto para
o chuveiro. Peguei um saco plástico e coloquei fora meu short sujo de sangue.
Lavei cada centímetro do meu corpo para tirar o que ficara de Fábio em mim e o
cheiro dele. Nojo. Era isto o que eu sentia daquele animal. De repente, só o
fato de ter feito o vídeo dele não foi o bastante para que eu me sentisse
vingada.
Eu ainda estava
no banheiro me secando com todo o cuidado quando escutei um som diferente lá
fora. Era Fábio chegando. Apurei os ouvidos, esperando alguma gritaria de
Claudia, cobrando o vídeo recebido. Contudo, não aconteceu nada. Quando saí do
banheiro, os dois já haviam ido para o quarto e ficado por lá. Furiosa, saí
enrolada na toalha e fui para o meu. Vanessa se preparava para dormir. Apaguei
a luz para que ela não visse meus machucados e me deitei também.
— Eu vi.
— O quê?
— Quando o Fábio
pegou você e a puxou para longe da confusão.
Fiquei em
silêncio. Estava tentando encontrar uma boa posição quando minha irmã voltou à
carga:
— O que rolou
entre vocês?
— Nada.
— Mentira. Muito
estranho você chegar e ele aparecer menos de dez minutos depois.
— Só
coincidência.
— Ah, não vai
contar mesmo? Adoro suas histórias.
— Bem, mas desta
você não irá gostar. Boa noite ─ encerrei o assunto ali mesmo.
Vanessa pegou no
sono logo. Mas eu não. Por dentro eu sentia o ódio correr forte nas minhas
veias. Meu coração batia tão rápido que era impossível que eu continuasse
deitada. Por fim me levantei. Olhei para o relógio. Eram duas horas da
madrugada. Fui até o banheiro e percebi que eu sangrava um pouco ainda.
Certamente teria que procurar algum posto de saúde quando o dia amanhecesse.
Aquilo não
ficaria assim.
Me dirigi até a
cozinha e peguei a faca de churrasco mais afiada do meu pai. Depois caminhei
lentamente pela casa através das peças escuras. O único som que se ouvia era o
da minha respiração pesada. Abri a porta do quarto onde Fábio e Claudia dormiam
profundamente. Eles sequer se mexeram. Aproximei-me da cama segurando a faca
com força. O luar entrava pelas frestas da veneziana, revelando o corpo nu
dele. Será que Fábio ainda tinha transado com a noiva depois de ter me
estuprado?
Bem, isto não me
interessava. Ele nunca mais estupraria ninguém. Menos de um minuto depois saí
do quarto triunfante segurando o caralho decepado dele nas minhas mãos.
Bem feito.
Clínica Santa
Catarina, abril de 2015.