A
mãe de Eyleen terminou de preparar uma cesta grande com várias frutas, pães e
um pote de mel. Obediente, a garota aguardava ao lado da mesa a mãe colocar um
pano por cima dos quitutes. Finalmente chegara a hora que ela mais esperava. O
grande dia da visita à avó. Linette vivia no interior do bosque, cercada por
seus gatos e cachorros e nem sempre elas podiam se ver. Mas o dia amanhecera
esplendoroso e Eyleen se sentia muito bem e disposta.
— Pronto,
minha filha. Aqui está o presente para sua avó. Se você seguir pelo caminho
certo, não demora uma hora para chegar até lá. Mas não se desvie. Quero que
você esteja aqui antes do pôr-do-sol.
—
Está bem, mãe.
Eyleen
pegou a cesta de vime e encaixou no braço. Estava acostumada a fazer aquelas
caminhadas pelo bosque verdejante do vilarejo. Não havia perigo. Os animais se
escondiam no interior da floresta e era só seguir a trilha. Mesmo quando um dia
Eyleen se atrasou para voltar da casa de vó Linette, foi só seguir a trilha
iluminada pela lua cheia para chegar em casa segura. Mas não podia se arriscar.
No dia que chegou atrasada Eyleen foi dormir com o traseiro quente das palmadas
que levou da mãe.
O
sol ardente anunciava a chegada do verão e Eyleen se sentia bem no seu vestido
cor-de-rosa. Assim que se viu em uma distância considerável de casa, a garota
colocou o vestido acima dos joelhos e expôs as coxas brancas. Ah, era tão bom
andar assim. Não haviam olhos para admirar seu corpo bem feito e Eyleen
suspirou. Era uma garota bonita, cobiçada até pelos amigos do pai. Quando ia ao
centro do vilarejo com a mãe percebia os olhares dos homens sobre si. No dia
que o primo a agarrou e a levou para o celeiro foi memorável. Ninguém soube e
depois foi só colocar fora o feno manchado com seu sangue de virgem. A partir
dali algo se acendeu em Eyleen. Ela sempre queria mais e mais e mais. Porém,
com os olhos vigilantes da mãe, não era fácil conseguir um homem para se
divertir.
De
propósito Eyleen desviou o caminho. Era cedo, tinha caminhado rápido e não
faria mal se parasse no lago para tomar um pouco de água e molhar os pés. A mãe
não precisava saber, seria rápido. Saltitando pelo caminho e arrancando algumas
das flores coloridas para enfeitar a cesta, Eyleen logo chegou ao lago de águas
azuis, cantarolando. Porém, se calou quando se deu conta que não estava
sozinha. Do outro lado, pescando calmamente, estava Kelvin.
Eyleen
deixou a cesta cair no chão. Ah, Kelvin... o garoto dos seus sonhos. Tímido,
belo e de cabelos louros, poderia fazer um bom par com Eylenn caso ele já não
estivesse namorando Brenda. Eyleen a odiava, principalmente quando ela
desfilava pelo vilarejo se exibindo ao lado do namorado.
Kelvin
levantou os olhos e se deparou com Eyleen lhe acenando. Um pouco perturbado, o
rapaz abanou de volta. Sabia da fama de Eyleen. Os rapazes comentavam que seu
comportamento não era dos mais recomendáveis. Mesmo assim era difícil tirar os
olhos dela. Era linda demais, mais que Brenda e seus cabelos cacheados e
escuros.
Não
foi surpresa para ele quando Eyleen pegou a cesta de volta e rumou em direção a
ele, dando a volta no lago. Não queria conversar com a jovem. Eyleen parecia
ser uma chaleira de água fervente, pronta para explodir. Mas para Eyleen a
chance se apresentou de uma forma inesperada e não podia perder a oportunidade.
—
Boa tarde, Kelvin – cumprimentou ela sentando ao lado dele sem cerimônia. —
Pescou bastante coisa já?
Ele
respirou fundo. Apontou para um recipiente que estava ao seu lado.
—
Alguns peixes.
—
Ah, que bom. O jantar será uma delícia hoje.
—
Acho que sim – respondeu ele, lacônico e perturbado com a presença exuberante
da moça.
Eyleen
tirou as sandálias e mergulhou os pés alvos dentro do lago dando chutes para cima
e espirrando água. Ela riu, contente.
—
Você vai espantar os peixes – advertiu Kelvin.
—
Puxa, desculpe – Eyleen recolheu os pés. — Mas você já poderia parar de pescar
e conversar comigo. Pelo que eu vejo, já tem bastantes peixes aí.
—
Minha namorada irá jantar lá em casa hoje. Minha mãe convidou.
—
Humm... – fez ela não muito contente com aquela informação. — Você gosta dela?
—
Como?
—
Você ama sua namorada?
Kelvin
piscou. Achava Eyleen tão linda, uma lástima que ela fosse uma rameira.
—
Amo.
—
Duvido. É que você não me conhece.
A
mão de Eyleen pousou na perna de Kelvin. Ele meio que se encolheu, surpreso.
—
Eyleen, por favor.
—
Não seja bobo. Ninguém vai saber. A não ser que você conte.
Eyleen
subiu a mão quente e pegou o pau de Kelvin que, àquela altura, já começava a endurecer.
—
Muito bom – ela murmurou quando sentiu o que queria.
Ele
se remexeu, desconfortável. Tentou, sem muita convicção, afastar a mão dela.
—
Sou comprometido.
—
Não há problema – assegurou ela encarando fixamente Kelvin.
Ele
baixou os olhos, tímido. Eyleen sabia que estava no controle. Sussurrou:
— Eu
faço por nós dois.
Eyleen
abocanhou o pau de Kelvin e o rapaz deu um suspiro profundo.
—
Fique quieto – ela pediu. — Você é todinho meu.
Kelvin
se jogou para trás largando a vara de pescar para o lado. Eyleen era uma bruxa,
só podia. Ele escutara os rapazes do vilarejo falando sobre ela e do que era
capaz de fazer. Ficara curioso, mas Kelvin era comprometido. No vilarejo Eyleen
não desgrudava os olhos dele. Era difícil resistir, dizia Kelvin para si mesmo
enquanto sentia o pau abocanhado por ela.
De
repente ele não suportou mais ficar tão quieto, tão sem ação. Kelvin se sentou
bruscamente fazendo com que a moça perdesse o equilíbrio e tivesse que se
apoiar com os cotovelos na relva.
—
Ei, o que foi?
Foi
a vez dela se encolher. Kelvin a fitava com olhos de louco e Eyleen sentiu o perigo
lhe rondar.
— O
que há, Kelvin?
Eyleen
tremeu no final da frase o que deu a Kelvin um prazer antecipado. Um tapa
vibrou no rosto dela.
—
Ai!!!
O
garoto se jogou sobre ela forçando com as pernas que ela abrisse as dela. A
princípio Eyleen tentou relaxar, mas a brutalidade do então tranquilo Kelvin começou
a lhe assustar.
—
Kel...
—
Cale a boca e abra as pernas, sua bruxa.
Eyleen
não queria mais. Aquilo deixara de ser uma brincadeira de sedução. Suas pernas
foram abertas bruscamente e ela sentiu o pau dele entrar direto na sua buceta.
O grito de dor que Eyleen deu foi alto, mas eles estavam sozinhos. Ninguém
viria para lhe salvar.
— Bruxa
– ele berrou no ouvido dela. — Agora você vai aprender a não provocar mais os
homens do vilarejo.
Ela
não tinha o que fazer. Sentia Kelvin entrar cada vez mais fundo no seu corpo e
para não sofrer mais, Eyleen acompanhou o ritmo que ele impunha. Os seios eram
alvos de mordidas e as manchas que certamente ficariam no pescoço teriam que
ser bem disfarçadas com lenços. Eyleen parou de se debater e deixou Kelvin
agir. Lembrou da doce avó Linette a esperando com seus quitutes. Mas aquilo não
iria ficar assim. Se conseguisse pegar Kelvin desprotegido...
Quando
Kelvin achou que a batalha estava ganha e Eyleen havia desistido de reagir,
levou um potencial chute no meio das pernas. O rapaz urrou, ficou zonzo, viu
estrelas. Ele se levantou, ficou em pé, cambaleante. Eyleen levantou também,
nua e descomposta. Do meio das suas pernas escorria sangue. Hematomas se
formavam no corpo. Kelvin rugiu, furioso, dobrado em si mesmo.
—
Vagabunda. Vagabunda.
Ele
fez menção de se jogar sobre a garota, mas Eyleen foi mais esperta. Era sempre
a mais esperta, disse para si mesma quando Kelvin foi lançado para dentro do
lago profundo. Primeiro ele afundou e a jovem foi para a beira para aguardar o
que estava para ocorrer. Em seguida ele voltou à tona, já sem ar, com dor e
pedindo socorro.
—
Me tira daqui! Eu vou morrer!
Lentamente,
Eyleen começou a se vestir ao mesmo tempo em que assistia seu algoz se debater dentro
do lago. A pequena correnteza formou um redemoinho e não demorou muito para ele
submergir totalmente, em agonia, praguejando contra Eyleen.
Já
vestida e com a cesta na mão, Eyleen suspirou. O corpo estava dolorido e ela
teve que limpar o sangue que escorria com a água do lago. Kelvin não voltou à
superfície. Eyleen foi para a casa da vó Linette.