segunda-feira, 21 de novembro de 2022

FELIZ ANIVERSÁRIO (conto erótico)

 



Acordei 10 horas da manhã de um sábado. Não um sábado qualquer. Um sábado épico.


Fazia três anos que eu não transava. O último sortudo havia sido um cara que conheci numa festa e terminei a noite na cama dele. Não me perguntem o nome. Não lembro deste detalhe, mas dos centímetros eu lembro direitinho. Inclusive, saudades.


Três anos na seca. Mas aquela triste data não iria passar em branco. Eu comemoraria do meu jeito.

Levantei, tomei banho, me perfumei e voltei para a cama.


Três anos sem sexo merecia uma siririca.


Nem isso eu fazia mais. Minha vida andava tão corrida, tão sem noção, tão caótica, que eu até tinha me esquecido que uma siririca bem feita podia resolver uma parte dos meus problemas.

Me posicionei na cama, fiquei confortável. Era só começar.


Cadê meu grelo velho de guerra?


Cadê?


Achei. Vamos lá. Eu podia ter lixado a unha antes. Droga, mas o importante era meu grelo ainda estar vivo.

Agora vai.


Comecei com calma, destreinada, me redescobrindo. Aliás, para falar a verdade, os melhores orgasmos que eu tive foram comigo mesma. Na maioria das vezes fingi uma gozada violenta para meu parceiro da ocasião não se sentir ofendido. Boa atriz, eu. Digna de um Oscar.


A calma com que eu iniciei passou para uma certa urgência. Algo meio sem freio mesmo. Aquela siririca tava ficando interessante. Encontrei o ponto certo. Passei a pressionar o grelo, este órgão de tão difícil acesso para alguns. Meninos, um conselho: estudem com mais afinco o órgão sexual feminino. Falando mais claro, a buceta. É cansativo ensinar onde fica o clitóris.


O negócio tava vindo. Deixei escapar um gemido não tão baixo. Fazia um tempão que eu não gozava. Tanto que nem precisei me concentrar muito. O orgasmo veio numa avalanche, revirei os zóinho, fiquei ofegante, saiu um squirt  e eu fui ao céu e voltei várias vezes. Parabéns pra mim.


Não sei quanto tempo durou. Mas foi incrível. Abri os olhos, relaxada, satisfeita, empoderada e olhei para o lado. Minha avó de 82 anos assistia à cena da porta do meu quarto.


Nos encaramos por uns cinco segundos. Olhar fixo uma na outra, sem piscar. Vó Gertrudes fez um sinal de positivo e caiu fora.


Reiniciei minha comemoração.

Feliz 3 anos sem sexo.





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