domingo, 26 de julho de 2020

TUDO QUE EU QUERIA (erótico)






Analu abriu o guarda-roupa, empolgada. Xô, azar! Xô, olho gordo! Glória aos céus! Depois de muito flerte e sorrisinhos escondidos, finalmente o gato da assessoria jurídica a convidara para uma saída. Analu era pé no chão. Não se deixava entusiasmar por qualquer um. Ah, mas o Leandro era diferente. Inteligente, carismático e dono de um sorriso enlouquecedor. Nove entre dez colegas de Analu estavam encantadas por ele. Mas quem vencera aquele primeiro round fora ela.

               Um vestidinho cor-de-vinho na altura do joelho foi o escolhido para a noite de estreia. A calcinha de renda também. Não que pretendesse transar no primeiro encontro. Mas... talvez a tentação fosse mais forte. No horário marcado Analu estava no hall do prédio se sufocando com o próprio perfume (será que exagerara na dose?) e tentando disfarçar a ansiedade. Precisava se mostrar autoconfiante e não uma menininha insegura. Afinal, já tinha 35 anos.  E, puxa, estava na hora de pensar em um romance sério para seu futuro.

                Leandro apareceu quinze minutos depois do combinado. Àquela altura Analu já imaginava ter sido vítima de um bolo. O desanimo já se desenhava quando uma caminhonete parou bem em frente à calçada do seu prédio e uma buzina soou. Ufa, era ele.

                Armada do seu melhor sorriso, Analu entrou no carro surpresa com o luxo. Uau. Lindo e com carrão. Não importava o atraso.

                — Oi, desculpe me atrasar ─ ele olhou para Analu, preocupado. — Tive problema em receber o carro.

                — Ah, você o emprestou para alguém?

                — Na verdade, meu primo quem me emprestou. Eu não tenho carro.

                Analu sentiu um princípio de frustração. Oi? Não tem carro? Se locomove como, então? Como se adivinhasse seus pensamentos, Leandro disse em seguida:

                — Eu circulo por aí de bicicleta.

                — Oh, é mesmo? ─ Analu sorriu não muito à vontade. — Até mesmo para o trabalho?

                — Sim ─ confirmou Leandro. — A grana tá curta. Preciso economizar.

                Cruzes. Analu sorriu amarelo e apertou a bolsa. Tudo bem, o cara não tinha grana. O futuro que Analu ousou imaginar com ele já se desfazia ante seus olhos. Pois bem. Onde ele iria levá-la para jantar?

                — Você tem ideia de onde quer ir?

                Leandro fez a pergunta e pegou Analu de surpresa. Opa. Achou que ele já tivesse algo em mente. Ainda mais que ele não tinha tanta grana.

                — Eu pensei em... ─ Analu imaginara em ir a um restaurante tailandês novo que abrira dez dias antes e que fazia já o maior sucesso. Muita gente descolada e badalada ia lá. Mas pelo visto... Talvez uma churrascaria fosse mais barato. — Tem uma churrascaria aqui perto muito boa. E mais para frente uma galeteria incrível. O que... você acha?

                — Por mim tudo bem.

                — Que ótimo.

                Sem assunto. Analu, decepcionada, se viu sem papo para continuar. Tão lindo, mas pobre. Ah, meu Deus. Era bom demais para ser verdade. O carro prosseguiu pela avenida e o silêncio reinava. Que chato. Então ela decidiu perguntar:

                — Anda muito de bicicleta?

                Leandro sorriu. Pelo visto aquele assunto era o preferido dele.

                — Bastante. Faço trilhas finais de semanas com a turma. Bom demais.

                Analu, sedentária, chegou a sentir certo cansaço imaginando Leandro subindo e descendo morros nos dias de folga.

                — Uau. Imagino.

                Leandro apontou para frente e perguntou:

                — Tem uma galeteria ali. É aquela?

                — Sim ─ Analu não via a hora de comer alguma coisa. Assim não tinha obrigação de conversar com ele. — Ela é muito boa.

                — Certo. Vou estacionar.

                Enquanto Leandro manobrava o carro no meio fio, Analu sentiu um pingo de suor escorrer espinha abaixo. Imaginou o que diria para suas amigas. Todas a incentivaram para sair com ele como se Leandro fosse a solução de todos os seus problemas. Talvez nem para uma transa aquele encontro servisse. Quando ambos já estavam fora do carro e Analu sorria sem graça para ele, Leandro fez um gesto com a cabeça para uma casa de sucos do outro lado da rua.

                — O que você acha?

                Analu sequer sabia para onde ele apontava ou o que queria dizer. Franzindo a testa perguntou:

                — Hein?

                — A casa de sucos. Os produtos são naturais e deve ser mais barato. Topa?

                Minha nossa.

                — Se eu topo? ─ Analu teve vontade de dar uma gargalhada de puro desgosto. — Que mal tem?

                Pouco depois ambos estavam sentados frente a frente em uma mesinha pequena em um ambiente um tanto apertado. Leandro pediu sanduíche natural e um suco verde. Sem fome, contendo a irritação, Analu optou por um pastel assado de galinha.

                — E para beber, senhora? ─ perguntou a atendente, educada.

                Veneno.

                — Uma Coca-Cola bem gelada, por favor.

                Leandro a encarou como se não entendesse o que ela queria dizer com aquele pedido insólito num estabelecimento de produtos naturais.

                — Colega, aqui só tem bebidas que fazem bem para a saúde.

                “Colega”. Fora assim que Leandro a chamara. Colega? Bom, ambos trabalhavam juntos. Vai que ele estivesse esquecido o nome dela? Tudo era possível, inclusive Analu enfiar a mão no meio daquele rosto tão bonito.

                — Suco de melancia ─ ela respondeu se perguntando se era muito cedo para voltar pra casa.

                A atendente se afastou e Analu e Leandro se encararam meio sem jeito.

                — Então... você trabalha há muito tempo na empresa? ─ Leandro perguntou tentando criar assunto onde não tinha.

                — Ah, faz uns... cinco anos? Sim, mais ou menos isto. Bem, e você chegou há uns...

                — Seis meses ─ Leandro completou a frase. — Gosto muito de lá. E você?

                — Eu também.

                — Nossos pedidos estão chegando.

                A atendente apareceu como por encanto frente a eles e colocou os pedidos de cada um sobre a mesa. Analu lembrou que gostaria de estar saboreando uma comida tailandesa e se deprimiu. As meninas não iriam acreditar no seu azar.

                — Você curte sexo a três?

                Aquela pergunta veio tão repentinamente que Analu quase se engasgou com o pastel.

                — Oi?

                — O que você acha de sexo a três?

                Era sério aquilo? Pela expressão de Leandro tudo indicava que sim.

                — Você está me perguntando se eu curto suruba?

                Ele deu uma risadinha.

                — Suruba e sexo a três não são a mesma coisa.

                — Não sei bem a diferença. Mas eu não curto. Próxima pergunta?

                — Você já transou com outra mulher?

                Analu largou o pastel com raiva sobre a mesa. A situação, que já era bem ruim, se tornava mil vezes pior.

                — O que você pretende com este tipo de pergunta?

                — Conhecer você melhor. Não foi para isto que nos encontramos?

                —Você está comigo faz quinze minutos e quer saber da minha vida e preferências sexuais ─ Analu estava possessa. — No mínimo é bem esquisito.

                — Ora, esquisito por quê? Você vem me encarando na empresa faz dois meses. Piscadinha, sorrisinhos... Para que tudo isto? Por que gostou dos meus olhos azuis?

                Analu tentou replicar, mas Leandro continuou, firme e direto:

                — Você é uma mulher bonita, Analu. Confesso que seu tipo me atrai ─ ele baixou o tom de voz e acrescentou. — Para sexo. Não pense que convidei você para sair e ficarmos falando sobre nossas carreiras. Fui direto com você para não perdermos tempo. Você gosta de sexo? Ou não?

                Meia hora depois Analu e Leandro estavam em um motel, cada um arrancando sua roupa como se aquela trepada fosse a última das suas vidas. Fazia dois anos que Analu não transava com ninguém. E sua última experiência fora com um idiota de pau pequeno. Mas, quando ela viu o tamanho do pinto de Leandro, todas as suas memórias recentes apagaram. Ele era simplesmente demais.

                Leandro, nu, deitou-se na cama, displicente. Segurou o pau e com ele fez um sinal para Analu.

                — Vem me chupar.

                Ela se aproximou devagar e engatinhou pela cama até sua boca alcançar o pau de Leandro. Quantos centímetros? Uns 22. Nunca transara com alguém daquele tamanho. Devagar, Analu abocanhou o pau de Leandro enquanto acariciava suas bolas. Tudo nele era gostoso. A mão dele começou a forçar a cabeça dela para baixo, primeiro devagar. Depois com mais força. Analu achou que iria se engasgar e chegou a fazer um gesto para Leandro parar. Mas o efeito foi o contrário.

                — Você não aguenta a pressão, vadia?

                Ele empurrou mais três vezes a cabeça de Analu até que finalmente a soltou. Analu sentou na cama aproveitando para respirar. Quando olhou para ele reparou que Leandro a encarava, sádico. Não sabia se deveria temê-lo ou aproveitar a situação.

                — Quero seu cu ─ sussurrou ele. — Quero ver se você vai aguentar.

                Analu chegou a piscar. Ah, não. Dar a bunda, não. Sempre dera por obrigação e para paus com menos calibre. Só de olhar para o pau de Leandro sentiu dor.

                — Acho que não ─ ela ousou dizer.

                Mas foi tudo muito rápido. Leandro a virou de bruços sobre a cama e abriu as pernas dela com brusquidão. Quando Analu soltou um grito ele bateu na bunda dela com força.

                — Algum homem já te tratou assim, Analu?

                Nunca. Nunca mesmo. Que medo, pensou ela. Mas por que estava tão excitada?

                — Não ─ ela sussurrou.

                — Então quero ver você gritar.

                Cada estocada do pau de Leandro era um grito de Analu. Ela não economizou ao mesmo tempo em que morria de vergonha. O motel inteiro deveria estar ouvindo os urros dela. Leandro, montado em cima dela, era como um animal. Enquanto ele comia sua bunda, Analu sentia os dedos dele puxando cada fio do seu cabelo. Era algo que ela nunca havia passado antes. Transar daquele jeito era como assistir aqueles filmes pornôs que os ex-namorados adoravam assistir e não cumpriam nem a metade.

                A sessão de sexo anal levou uns dez minutos. Analu via estrelas e se pegou pedindo mais. Quando Leandro gozou dentro dela e caiu para o lado, Analu se deu conta que estava molhada de suor. Prostrada sobre a cama, ela o encarou de olhos semicerrados. Leandro parecia morto ao seu lado, também extenuado. Depois de um tempo ele disse:

                — Você é tão apertadinha... Nunca souberam comer você, não é?

                Analu decidiu sentar. Dolorida, ela se acomodou melhor sobre a cama.

                — Talvez não. Você é algum tipo de ator pornô?

                Leandro soltou uma risada.

                — Eu? Nunca pensei nisto.

                — Acho que vou tomar um banho.

                Ela saltou da cama e caminhou a passos lentos até o banheiro. Agora sabia o que significava a expressão “arrombada”. Achou que nunca mais voltaria ao normal quando deixou a água quente cair sobre seu corpo. Então o box do chuveiro abriu meio que bruscamente. Era Leandro.

                — Ainda não comi sua buceta.

                Analu se excitou ainda que o corpo estivesse todo dolorido. O membro entrou rasgando e Leandro segurou os braços dela para cima, imobilizando-a a cada metida. O orgasmo não demorou a vir. O suor misturou-se com a água do chuveiro e a porra do Leandro. Os dois apoiaram as costas nas paredes do box buscando ar. Sem dúvida, Analu teria uma grande história para contar para suas amigas.

                A noite terminou uma hora e meia depois quando Leandro a deixou bem na frente do prédio. Ambos trocaram um rápido beijo e um “até amanhã”. Analu entrou no apartamento, deixou a roupa pelo caminho e se jogou na cama.

                Que noite.

 


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