Analu abriu o guarda-roupa, empolgada.
Xô, azar! Xô, olho gordo! Glória aos céus! Depois de muito flerte e sorrisinhos
escondidos, finalmente o gato da assessoria jurídica a convidara para uma
saída. Analu era pé no chão. Não se deixava entusiasmar por qualquer um. Ah,
mas o Leandro era diferente. Inteligente, carismático e dono de um sorriso
enlouquecedor. Nove entre dez colegas de Analu estavam encantadas por ele. Mas
quem vencera aquele primeiro round fora ela.
Um
vestidinho cor-de-vinho na altura do joelho foi o escolhido para a noite de estreia.
A calcinha de renda também. Não que pretendesse transar no primeiro encontro.
Mas... talvez a tentação fosse mais forte. No horário marcado Analu estava no
hall do prédio se sufocando com o próprio perfume (será que exagerara na dose?)
e tentando disfarçar a ansiedade. Precisava se mostrar autoconfiante e não uma
menininha insegura. Afinal, já tinha 35 anos. E, puxa, estava na
hora de pensar em um romance sério para seu futuro.
Leandro
apareceu quinze minutos depois do combinado. Àquela altura Analu já imaginava
ter sido vítima de um bolo. O desanimo já se desenhava quando uma caminhonete
parou bem em frente à calçada do seu prédio e uma buzina soou. Ufa, era ele.
Armada
do seu melhor sorriso, Analu entrou no carro surpresa com o luxo. Uau. Lindo e
com carrão. Não importava o atraso.
—
Oi, desculpe me atrasar ─ ele olhou para Analu, preocupado. — Tive problema em
receber o carro.
—
Ah, você o emprestou para alguém?
—
Na verdade, meu primo quem me emprestou. Eu não tenho carro.
Analu
sentiu um princípio de frustração. Oi? Não tem carro? Se locomove como, então?
Como se adivinhasse seus pensamentos, Leandro disse em seguida:
—
Eu circulo por aí de bicicleta.
—
Oh, é mesmo? ─ Analu sorriu não muito à vontade. — Até mesmo para o trabalho?
—
Sim ─ confirmou Leandro. — A grana tá curta. Preciso economizar.
Cruzes.
Analu sorriu amarelo e apertou a bolsa. Tudo bem, o cara não tinha grana. O
futuro que Analu ousou imaginar com ele já se desfazia ante seus olhos. Pois
bem. Onde ele iria levá-la para jantar?
—
Você tem ideia de onde quer ir?
Leandro
fez a pergunta e pegou Analu de surpresa. Opa. Achou que ele já tivesse algo em
mente. Ainda mais que ele não tinha tanta grana.
—
Eu pensei em... ─ Analu imaginara em ir a um restaurante tailandês novo que
abrira dez dias antes e que fazia já o maior sucesso. Muita gente descolada e
badalada ia lá. Mas pelo visto... Talvez uma churrascaria fosse mais barato. —
Tem uma churrascaria aqui perto muito boa. E mais para frente uma galeteria
incrível. O que... você acha?
—
Por mim tudo bem.
—
Que ótimo.
Sem
assunto. Analu, decepcionada, se viu sem papo para continuar. Tão lindo, mas
pobre. Ah, meu Deus. Era bom demais para ser verdade. O carro prosseguiu pela
avenida e o silêncio reinava. Que chato. Então ela decidiu perguntar:
—
Anda muito de bicicleta?
Leandro
sorriu. Pelo visto aquele assunto era o preferido dele.
—
Bastante. Faço trilhas finais de semanas com a turma. Bom demais.
Analu,
sedentária, chegou a sentir certo cansaço imaginando Leandro subindo e descendo
morros nos dias de folga.
—
Uau. Imagino.
Leandro
apontou para frente e perguntou:
—
Tem uma galeteria ali. É aquela?
—
Sim ─ Analu não via a hora de comer alguma coisa. Assim não tinha obrigação de
conversar com ele. — Ela é muito boa.
—
Certo. Vou estacionar.
Enquanto
Leandro manobrava o carro no meio fio, Analu sentiu um pingo de suor escorrer
espinha abaixo. Imaginou o que diria para suas amigas. Todas a incentivaram
para sair com ele como se Leandro fosse a solução de todos os seus problemas.
Talvez nem para uma transa aquele encontro servisse. Quando ambos já estavam
fora do carro e Analu sorria sem graça para ele, Leandro fez um gesto com a
cabeça para uma casa de sucos do outro lado da rua.
—
O que você acha?
Analu
sequer sabia para onde ele apontava ou o que queria dizer. Franzindo a testa
perguntou:
—
Hein?
—
A casa de sucos. Os produtos são naturais e deve ser mais barato. Topa?
Minha
nossa.
—
Se eu topo? ─ Analu teve vontade de dar uma gargalhada de puro desgosto. — Que
mal tem?
Pouco
depois ambos estavam sentados frente a frente em uma mesinha pequena em um
ambiente um tanto apertado. Leandro pediu sanduíche natural e um suco verde.
Sem fome, contendo a irritação, Analu optou por um pastel assado de galinha.
—
E para beber, senhora? ─ perguntou a atendente, educada.
Veneno.
—
Uma Coca-Cola bem gelada, por favor.
Leandro
a encarou como se não entendesse o que ela queria dizer com aquele pedido
insólito num estabelecimento de produtos naturais.
—
Colega, aqui só tem bebidas que fazem bem para a saúde.
“Colega”.
Fora assim que Leandro a chamara. Colega? Bom, ambos trabalhavam juntos. Vai
que ele estivesse esquecido o nome dela? Tudo era possível, inclusive Analu
enfiar a mão no meio daquele rosto tão bonito.
—
Suco de melancia ─ ela respondeu se perguntando se era muito cedo para voltar
pra casa.
A
atendente se afastou e Analu e Leandro se encararam meio sem jeito.
—
Então... você trabalha há muito tempo na empresa? ─ Leandro perguntou tentando
criar assunto onde não tinha.
—
Ah, faz uns... cinco anos? Sim, mais ou menos isto. Bem, e você chegou há
uns...
—
Seis meses ─ Leandro completou a frase. — Gosto muito de lá. E você?
—
Eu também.
—
Nossos pedidos estão chegando.
A
atendente apareceu como por encanto frente a eles e colocou os pedidos de cada
um sobre a mesa. Analu lembrou que gostaria de estar saboreando uma comida tailandesa
e se deprimiu. As meninas não iriam acreditar no seu azar.
—
Você curte sexo a três?
Aquela
pergunta veio tão repentinamente que Analu quase se engasgou com o pastel.
—
Oi?
—
O que você acha de sexo a três?
Era
sério aquilo? Pela expressão de Leandro tudo indicava que sim.
—
Você está me perguntando se eu curto suruba?
Ele
deu uma risadinha.
—
Suruba e sexo a três não são a mesma coisa.
—
Não sei bem a diferença. Mas eu não curto. Próxima pergunta?
—
Você já transou com outra mulher?
Analu
largou o pastel com raiva sobre a mesa. A situação, que já era bem ruim, se
tornava mil vezes pior.
—
O que você pretende com este tipo de pergunta?
—
Conhecer você melhor. Não foi para isto que nos encontramos?
—Você
está comigo faz quinze minutos e quer saber da minha vida e preferências
sexuais ─ Analu estava possessa. — No mínimo é bem esquisito.
—
Ora, esquisito por quê? Você vem me encarando na empresa faz dois meses.
Piscadinha, sorrisinhos... Para que tudo isto? Por que gostou dos meus olhos
azuis?
Analu
tentou replicar, mas Leandro continuou, firme e direto:
—
Você é uma mulher bonita, Analu. Confesso que seu tipo me atrai ─ ele baixou o
tom de voz e acrescentou. — Para sexo. Não pense que convidei você para sair e
ficarmos falando sobre nossas carreiras. Fui direto com você para não perdermos
tempo. Você gosta de sexo? Ou não?
Meia
hora depois Analu e Leandro estavam em um motel, cada um arrancando sua roupa
como se aquela trepada fosse a última das suas vidas. Fazia dois anos que Analu
não transava com ninguém. E sua última experiência fora com um idiota de pau
pequeno. Mas, quando ela viu o tamanho do pinto de Leandro, todas as suas
memórias recentes apagaram. Ele era simplesmente demais.
Leandro,
nu, deitou-se na cama, displicente. Segurou o pau e com ele fez um sinal para
Analu.
—
Vem me chupar.
Ela
se aproximou devagar e engatinhou pela cama até sua boca alcançar o pau de
Leandro. Quantos centímetros? Uns 22. Nunca transara com alguém daquele tamanho.
Devagar, Analu abocanhou o pau de Leandro enquanto acariciava suas bolas. Tudo
nele era gostoso. A mão dele começou a forçar a cabeça dela para baixo,
primeiro devagar. Depois com mais força. Analu achou que iria se engasgar e
chegou a fazer um gesto para Leandro parar. Mas o efeito foi o contrário.
—
Você não aguenta a pressão, vadia?
Ele
empurrou mais três vezes a cabeça de Analu até que finalmente a soltou. Analu
sentou na cama aproveitando para respirar. Quando olhou para ele reparou que
Leandro a encarava, sádico. Não sabia se deveria temê-lo ou aproveitar a
situação.
—
Quero seu cu ─ sussurrou ele. — Quero ver se você vai aguentar.
Analu
chegou a piscar. Ah, não. Dar a bunda, não. Sempre dera por obrigação e para
paus com menos calibre. Só de olhar para o pau de Leandro sentiu dor.
—
Acho que não ─ ela ousou dizer.
Mas
foi tudo muito rápido. Leandro a virou de bruços sobre a cama e abriu as pernas
dela com brusquidão. Quando Analu soltou um grito ele bateu na bunda dela com
força.
—
Algum homem já te tratou assim, Analu?
Nunca.
Nunca mesmo. Que medo, pensou ela. Mas por que estava tão excitada?
—
Não ─ ela sussurrou.
—
Então quero ver você gritar.
Cada
estocada do pau de Leandro era um grito de Analu. Ela não economizou ao mesmo
tempo em que morria de vergonha. O motel inteiro deveria estar ouvindo os urros
dela. Leandro, montado em cima dela, era como um animal. Enquanto ele comia sua
bunda, Analu sentia os dedos dele puxando cada fio do seu cabelo. Era algo que
ela nunca havia passado antes. Transar daquele jeito era como assistir aqueles
filmes pornôs que os ex-namorados adoravam assistir e não cumpriam nem a
metade.
A
sessão de sexo anal levou uns dez minutos. Analu via estrelas e se pegou
pedindo mais. Quando Leandro gozou dentro dela e caiu para o lado, Analu se deu
conta que estava molhada de suor. Prostrada sobre a cama, ela o encarou de
olhos semicerrados. Leandro parecia morto ao seu lado, também extenuado. Depois
de um tempo ele disse:
—
Você é tão apertadinha... Nunca souberam comer você, não é?
Analu
decidiu sentar. Dolorida, ela se acomodou melhor sobre a cama.
—
Talvez não. Você é algum tipo de ator pornô?
Leandro
soltou uma risada.
—
Eu? Nunca pensei nisto.
—
Acho que vou tomar um banho.
Ela
saltou da cama e caminhou a passos lentos até o banheiro. Agora sabia o que
significava a expressão “arrombada”. Achou que nunca mais voltaria ao normal quando
deixou a água quente cair sobre seu corpo. Então o box do chuveiro abriu meio
que bruscamente. Era Leandro.
—
Ainda não comi sua buceta.
Analu
se excitou ainda que o corpo estivesse todo dolorido. O membro entrou rasgando
e Leandro segurou os braços dela para cima, imobilizando-a a cada metida. O orgasmo
não demorou a vir. O suor misturou-se com a água do chuveiro e a porra do
Leandro. Os dois apoiaram as costas nas paredes do box buscando ar. Sem dúvida,
Analu teria uma grande história para contar para suas amigas.
A
noite terminou uma hora e meia depois quando Leandro a deixou bem na frente do
prédio. Ambos trocaram um rápido beijo e um “até amanhã”. Analu entrou no
apartamento, deixou a roupa pelo caminho e se jogou na cama.
Que
noite.
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