− Que cheiro de buceta.
− Oi?
Marilu recém tinha entrado no carro e dava o veredicto. Vlad ainda
tinha se preocupado em perfumar o ar para tirar qualquer possível cheiro de
sexo. Mas, pelo visto, não deu certo.
− Que buceta, meu amor? A única bucetinha que entra aqui é a sua.
− A minha não fede – rugiu ela.
Vlad se inclinou e beijou a boca da namorada. Outro erro.
− Adoro ver você brabinha.
− Sua boca está com bafo de buceta.
Ele não queria escândalo. Não era assim que pretendia acabar com o
relacionamento. Pegou uma garrafinha de água e declarou:
− Foi a maldita cebola que comi no almoço. Puta que pariu, até agora
com bafo ninguém aguenta. Desculpe, meu amor.
Marilu o olhou de lado. Ali tinha coisa. E ela iria descobrir.
Os dois foram para casa da Marilu. Ele deu uma desculpa e se enfiou
logo debaixo do chuveiro para tirar todo o cheiro de sexo impregnado no corpo.
Enquanto isto, lá fora, Marilu estava cheia de planos.
E muito furiosa.
Pegou o celular que estava dentro do bolso da calça dele e começou a
procurar mensagens de outras mulheres. Já havia reparado que o Vlad andava meio
estranho, meio arisco. Não negava fogo, mas de uns tempos para cá andava meio
distante no sexo. Só podia ter alguma puta no meio.
E lá estava. Pelo menos umas cinco mensagens de vadias, combinando
encontros, elogiando seus atributos, chamando-o de “amorzinho”. Marilu sentiu
seus chifres alcançarem o teto. Ah, desgraçado! Depois de sustentá-lo durante
meses era assim que ele retribuía? Grande filho da puta.
O castigo viria a galope.
Marilu agiu naturalmente a noite inteira. Preparou um prato especial
com vinho e à luz de velas. Tudo sugeria que Marilu pretendia ter uma noite pra
lá de romântica e selvagem, para terror de Vlad. Exausto, ele sabia que não
teria condições de encarar uma trepada forte com a Marilu. E para piorar, nem
tesão sentia mais. E agora como faria para sair desta roubada?
Ele comeu e bebeu com vontade, tentando desesperadamente recuperar suas
energias. Sabe-se lá o que viria pela frente. Mal escutava os miados dela e
algumas vezes segurava as mãos da Marilu pra disfarçar. Aos poucos os olhos
dele começaram a ficar pesados e Vlad passou a vê-la voando na sua frente. Ele
mal entendia o que a namorada falava e quando tentou pronunciar alguma palavra,
a língua se enrolou. Foi então que se deu conta que a desgraçada o havia
dopado.
Não houve tempo para desespero da sua parte. No momento seguinte Vlad
já estava desmaiado, com o rosto enfiado dentro do prato de comida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário