domingo, 27 de julho de 2014

UM CARA SEM PEGADA (2 de 2)

As pernas bambas de Aline a levaram para dentro do prédio e ela logo se viu no elevador. Respirou fundo enquanto subia para o seu ninho de prazer. Somente esperava para que Emerson não a barrasse na porta e não fizesse nenhum escarcéu.

Aline endireitou os ombros quando o elevador parou. Precisava mostrar segurança. Quando a porta abriu saiu com um sorriso confiante nos lábios. Emerson também sorria até ver quem era. Imediatamente ele fechou a cara, não acreditando no que estava vendo.

− Ei, você mentiu para o porteiro. Você não é a Larissa.

Ela caminhou feito uma serpente e parou em frente a ele. Emerson estava sem camisa, revelando suas tatuagens. Dele vinha um perfume muito gostoso.

− Sou a Aline e vim lhe mostrar o que é bom.

Usando de toda sua força, Aline o empurrou para dentro do apartamento e fechou a porta. Quando o encarou novamente, ela afirmou se sentindo a mulher mais poderosa do mundo:

− Agora você vai ver o que é fazer um sexo gostoso.

Ele riu bem debochado.

− Com você?

Ela não gostou muito do tom de voz dele, mas tentou não se abater. Largou a mochila sobre a mesa e com mais força ainda o jogou em direção ao sofá, onde Emerson caiu sentado. O garoto não teve nem tempo de respirar. No momento seguinte, Aline estava montada sobre ele, arrancando o top e puxando a saia para cima. Ela estava sem calcinha para facilitar.

Emerson podia ter reagido, mas não o fez. Aline colocou sua timidez em algum lugar do corpo e o beijou. Ele mal usou a língua, porém o importante era o contato. As mãos urgentes dela procuram a bermuda do garoto e com alguma dificuldade Aline conseguiu abri-las. Esperou que dali fosse sair o maior pau que já tinha visto na vida.
Muito antes pelo contrário.

Cabe esclarecer que o Emerson já estava até de pau duro. Afinal, ele era homem e mesmo que Aline nunca houvesse lhe interessado na vida, a situação ali era inusitada. Por que não aproveitar? Carina estava gripada mesmo... Aline não conseguiu disfarçar a surpresa. O cacete do Emerson não fazia jus a ele. Não era possível. Mas o que era aquilo? Tão pequeno assim? E Carina? Se servia como?

Ela resolveu fazer de conta que aquilo não importava e arrancou o top, mostrando seus seios para o Emerson. Depois tentou se ajeitar melhor sobre o pau dele para ser penetrada de uma vez por todas. Sua empolgação já não era tão grande agora, mas ela se esforçou. Deu alguns gemidinhos quando sentiu a língua dele nos seus peitos. As mãos dele desceram para os quadris dela enquanto Aline se acomodava melhor. Logo sentiu o pau dele entrando na sua bucetinha. Droga, esquecera a camisinha dentro da mochila. Azar.

Aline se mexeu, tentando dar mais animação ao ato. Emerson, pelo contrário, era devagar. Ela, que esperava um sexo selvagem e enlouquecedor, não acreditava no que estava vendo. Até mesmo as mãos que ainda passeavam pelos seus peitos faziam isto sem garra. Não era possível que Carina se sujeitasse a trepadas tão sem graça como aquela.

Emerson fechou os olhos e murmurou palavras que Aline não entendeu. Ela o cavalgou mais rápido, gemeu, puxou os cabelos dele. Ele ficou na mesma. Nem mesmo quando Aline pediu para ele bater na sua bunda, Emerson se animou. Em uma última tentativa de esquentar o clima, Aline levou a mão dele direto para o seu cuzinho. Quem sabe isto fizesse com que Emerson explodisse? Foi pior ainda. O dedo dele nem chegou perto do cu da Aline e, por fim, uns dois segundos antes de ele gozar (sim, ele gozou), a garota foi empurrada para o lado, desabando no chão.

Bem, pelo menos ele não gozou dentro, disse Aline para si mesma sentada no tapete peludo que fazia cócegas na sua bunda. Devagar, sempre devagar, Emerson se levantou, foi até o banheiro e se lavou. Aline olhou as horas. 15h05min. Cruzes! Nunca havia transado assim tão rápido, nem mesmo com o retardado do Miguel.

Quando Emerson voltou para sala encontrou Aline em pé e recomposta, com a mochila nas costas.

− Bem, eu vou indo. Melhoras para Carina.

Ele não disse nada. Nem sequer abriu a porta para ela sair. Inconformada, Aline entrou no elevador, saiu do prédio sem olhar para o porteiro e pegou o celular. Sua melhor amiga precisava ser informada da grande novidade.

− Oi, Debbie. Saí de lá agora. É, foi tudo muito rápido mesmo. E sabe o motivo? ELE NÃO TEM PEGADA.


A decepção foi tão grande que Aline chegou em casa e não saiu mais. Débora bem que tentou animá-la por WhatsApp, mas não teve jeito. Ela, que sonhara ser Emerson um homem perfeito, se sentia sem chão. E o grande mistério da humanidade era saber por que a Carina ainda o namorava. A resposta só podia ser uma: era tão sem graça quanto o próprio.

No outro dia pela manhã Aline se perguntou como faria para encará-lo. Bem, se ele falasse qualquer coisa, Aline revelaria todos os segredos sórdidos daquela transa. Aliás, Emerson tinha mais motivos para temê-la do que ao contrário. Ela chegou uns cinco minutos antes de a aula começar e assim que pôs os pés na sala, percebeu um burburinho, um clima diferente. A maioria dos colegas já havia chegado. No quadro, em letras garrafais, estava escrito bem assim:

O EMERSON NÃO TEM PEGADA.

Por algum motivo aquilo não havia sido apagado ainda. Débora estava sentada e encarou a amiga com vontade de rir. Aline ficou roxa. No fundo da sala estava ele, Emerson, furioso. Os amigos o rodeavam, algumas garotas o consolavam, outros se cutucavam. Ninguém ria, com exceção da Debbie que fazia força para se conter. Aline aterrissou do lado dela sem olhar para ninguém.

− Quem foi que escreveu aquilo? – perguntou fingindo procurar alguma coisa no caderno.

− Eu, é claro – sussurrou ela. – Ele que vá aprender a trepar direito.
− Ele vai achar que fui eu.
− Se ele fizer qualquer coisa contra você, é só escancarar.

Naquele momento, uma das amigas da Carina ­– que continuava gripada e em casa – foi até o quadro e apagou tudo. Pronto. Emerson voltara a ser o que era antes.

O cara perfeito. SQN.

A fama que Emerson ficou fez o namoro com a Carina ir por água abaixo em menos de um mês.

Tudo culpa da Aline. Danem-se os homens sem pegada.


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