Namorava o André fazia uns dois
anos. Ele sempre foi meu tudo. Tudo mesmo. Amigo, companheiro, ótimo amante.
Sem que André soubesse, já estava planejando que ele seria também o pai do meu
filho em breve.
Feliz e completa. Era assim que
André me fazia sentir.
Um dia meu amor estava no banho e
esqueceu o celular em cima da mesa. Foi quando aquele sinalzinho irritante do
whats tocou. Devia ser o Marcelo combinando para o jogo de futebol de logo
mais. Prestativa como sempre fui, peguei o telefone para levar até ele. Sem
querer vi o recado.
“Amorzinho, estou esperando você
na frente do shopping. Louca de saudades aqui. Carol.”
Carol. Carol.
Carol?
Como assim? Carol?
Eu iria descobrir. Nossa cidade
era pequena, só havia um shopping. Bati na porta do banheiro, berrei que minha
mãe tinha me ligado urgente e precisava sair. Dentro da bolsa, minha pistola.
Eu portava uma, ainda que André não soubesse. Tinha herdado do meu pai. Eu
adorava atirar. Um segredinho meu.
Tomei um táxi e pedi para o
motorista me deixar perto do shopping. Era domingo, cinco horas da tarde. Não
havia muito movimento. Era verão e a muita gente tinha ido para o balneário a
uma hora da cidade.
Havia uma vadia plantada na
frente do shopping. Cabelo loiro platinado, shortinho mostrando a bunda e um
top que mal escondia o peitão siliconado. Só podia ser com aquela que meu
queridinho estava me traindo.
Me postei em uma parada de ônibus
próximo dela. A idiota nem se deu conta que estava sendo observada. Olhava a
todo o instante o celular, esperando algum sinal do meu André. Não demorou
muito eu vi um carro vermelho dobrar a esquina. Era ele. André veio bem
devagarinho, deu uma buzinada ainda que não precisasse. A puta estava super
atenta e já fazia caras e bocas para o filho da mãe. André parou o carro e ela
entrou em seguidinha. Ambos trocaram um longo beijo (nem comigo era assim) e
André começou a pôr o carro em movimento. Bem, ele só ficou na tentativa.
Quando voltou seu rosto para frente se deparou comigo empunhando uma pistola na
direção deles.
A puta gritou. Foi um grito agudo
e que me feriu os ouvidos. Cadela. O primeiro tiro pegou na cabeça dela. Quando
mirei André, ele já tinha aberto a porta e tentava correr pela rua. Aquela
altura mais gente corria também.
Acertei um tiro na panturrilha
dele e o idiota desabou no chão. Aproximei-me rapidamente sempre empunhando a
arma. André estava virado para cima, com as mãos para frente, como se aquele
gesto fosse me impedir de fazer o que eu pretendia.
O segundo tiro pegou nos
testículos. O terceiro também.
Bem feito. Agora nunca mais André
treparia com mulher alguma.
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