Claudia acordou
estonteada nos braços do vampiro. Entreabriu os olhos. Ela estava deitada em
uma cama macia, aconchegada a ele. A sensação era boa, mas Claudia lembrou que
precisava reagir.
- Solte-me,
solte-me – gemeu ela.
Ele a apertou
mais. O prazer que Claudia sentia era algo inexplicável. Tentou se mexer e se
livrar daquele abraço forte. Não conseguiu. Então se deu conta que os caninos
estavam dele estavam muito próximos do seu pescoço.
O vampiro cravou
os dentes na jugular de Claudia e ela gritou e se retorceu. No início sentiu
dor. Mas à medida que seu sangue era sugado, tudo o mais perdeu o sentido.
Claudia perdeu a noção de onde estava e de quem era. A única coisa importante
era o prazer que sentia. Novamente Claudia perdeu os sentidos. E quando
despertou outra vez já não era uma garota comum.
Quando Getúlio
chegou às sete horas da manhã do dia seguinte, estranhou em encontrar o
apartamento às escuras. Acendeu a luz da sala e se deparou com a mulher e as duas
filhas sentadas no sofá.
- Lara, minha
filha! – exclamou ele esbanjando felicidade. – Minha filhinha, você voltou.
Ela sorriu
expondo os caninos. Encarou o pai com seus olhos amarelos e sussurrou:
- Bem-vindo ao
nosso mundo, papaizinho querido.
Getúlio gritou.
Mãos sacudiram
Claudia para que ela parasse de gritar também. Ela abriu os olhos. O sol
entrava pela janela do quarto. Lara a encarou surpresa:
- Ei, que
pesadelo é este?
Claudia se
sentou na cama muito pálida. Lara lhe sorria. Não havia caninos na sua boca.
- Você… você…
- Não vai se
arrumar para ir à faculdade? Você vai perder o horário.
Meu Deus, não é
possível, disse Claudia para si mesma, afastando as cobertas para o lado. Teria
sido aquilo tudo... um terrível pesadelo?
- Por que você
está me encarando deste jeito? – Lara achava divertida aquela situação.
- Nada, esqueça…
- respondeu Claudia, sentindo-se feliz. Muito feliz.
O café foi
descontraído. Julia e Getúlio estavam com excelente humor. Claudia tomou o café
da manhã aliviada. Lara riu e brincou, como sempre havia sido. Meia hora depois
as duas irmãs saíram juntas do prédio.
- Você não me
disse ainda com quem estava sonhando – Lara riu enquanto caminhavam pela
calçada.
- Foi um
pesadelo horrível, Lara. Nem vale a pena contar.
- Ah, conta sim!
Quero sentir um pouco de medo! Minha vida anda muito monótona.
Um carro preto e
possante parou ao lado das duas irmãs.
A porta do
carona abriu lentamente.
Nunca mais se teve
notícias delas.
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